O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse nesta segunda-feira (2) que a balança comercial brasileira deve encerrar 2016 com superávit de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões. As projeções foram atualizadas em relação aos US$ 35 bilhões que o governo havia divulgado anteriormente. Atualmente, o maior superávit anual já registrado foi em 2006, de US$ 46 bilhões.
"[Dependendo do número] seria o maior saldo da balança da história", destacou Monteiro. A balança comercial ficou superavitária em US$ 4,861 bilhões em abril, o melhor resultado para o mês desde 1989. No primeiro quadrimestre, a balança acumula saldo positivo de US$ 13,249 bilhões, também o melhor para o período desde 1989.
"No ano passado, até abril, tínhamos déficit de US$ 5,1 bilhões e, mesmo assim, o Brasil terminou o ano com US$ 20 bilhões de superávit. Estimar esse superávit [de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões para 2016] não é nada que possa ser considerado muito otimista", disse o ministro.
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Destaques
No mês, um dos destaques da balança comercial foi a soja em grão, que voltou a bater recorde de volume embarcado. Em abril, foram embarcadas 10,1 milhões de toneladas, maior valor já registrado em um único mês. O recorde anterior pertencia a junho de 2015. O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, ressaltou que a alta nas vendas foi paralela a uma queda de 9,5% nos preços do produto em relação a abril do passado. "Isso foi mais do que compensado pelo aumento das quantidades", disse.
O mês de abril também foi de alta nas exportações para a China (24%), Japão (23,5%), México (15%) e Argentina (4,3%). Segundo Daniel Godinho, os resultados do mês são coerentes com a expectativa do governo. "Anunciamos expectativa de aumento das exportações para este ano".
O ministro Armando Monteiro comentou os dados do primeiro quadrimestre, também chamando a atenção para a recuperação das exportações. "Ainda que o resultado tenha sido influenciado [também] pela queda das importações, queria sublinhar que as exportações começaram a dar uma resposta, indiscutivelmente", declarou.
As importações tiveram queda de 32,2% no quadrimestre, enquanto as exportações recuaram menos, 3,4%. Para o ministro, com a alta das exportações em abril o país começa a reverter o quadro de superávit principalmente devido à queda nas compras do Brasil no exterior.