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Superávit primário deve atingir 3% do PIB

Agência Estado
03 ago 2010 às 15:17

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O consultor Raul Velloso avaliou que o superávit primário deste ano deve atingir, no máximo, 3% do PIB, resultado inferior à meta de 3,3% do PIB. "O mais provável é que, se não ocorrer nenhum fator extraordinário, o superávit alcance um piso ao redor de 2% do PIB neste ano", comentou. Em seus cálculos, ele não leva em consideração a possibilidade de dedução de até 0,9 ponto porcentual com investimentos realizados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Contudo, se o governo perceber que o número ficará baixo neste ano, ele pode adotar algumas medidas, como a redução dos investimentos, para elevar esse patamar para algo próximo a 3% do PIB", afirmou.

Na avaliação de Velloso, a atual velocidade dos gastos públicos deve gerar um superávit primário neste ano ao redor da marca de 2,07% do PIB apurada no acumulado em 12 meses encerrados em junho deste ano. Ele ressaltou que será muito difícil para o governo atingir a meta de 3,3% do PIB sem levar em consideração o desconto de 0,9% do PIB relativo ao PAC porque o governo tem limites para poupar recursos. "Não podemos esquecer que cada ponto porcentual de PIB equivale a R$ 30 bilhões", destacou.

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Perguntado sobre as perspectivas de melhora da gestão fiscal pelo próximo presidente da República, Velloso destacou que ambos os candidatos deverão se dedicar ao tema com atenção, pois será muito difícil para o Brasil crescer a níveis razoáveis nos próximos anos sem uma administração mais eficiente das despesas oficiais. Segundo ele, a evolução dos dispêndios públicos nos últimos anos prejudicou os investimentos de longo prazo, o que afeta a possibilidade de ampliar o potencial de expansão do nível de atividade sem pressionar a inflação. Nesse contexto de gastos elevados, frisou o consultor, o Banco Central acaba levando a fama de prejudicar o crescimento do País com a política monetária austera. Mas, segundo ele, o BC apenas tenta conter a alta da inflação à realidade de expansão do País, que é de um crescimento moderado ao longo dos anos em função de baixos investimentos de infraestrutura que normalmente são prejudicados pelas elevadas despesas correntes.


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