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Em queda...

Taxa de poupança é a pior da era Lula

Agência Estado
13 mar 2010 às 13:21

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- Reprodução
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A taxa de poupança da economia brasileira caiu drasticamente no ano passado, saindo de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 para 14,6%. É o nível mais baixo do governo Lula, similar aos 14,7% de 2002. Esses porcentuais representam o que a população, as empresas e o governo conseguiram economizar em um ano.

É um parâmetro importante porque mede a capacidade do País de investir e aumentar sua produção de bens e serviços, sem recorrer a recursos internacionais, o que aumenta o déficit nas contas externas.

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A forte queda da taxa de poupança foi provocada pelo recuo dos investimentos e pela manutenção do consumo das famílias e do governo. Tradicionalmente, a taxa de poupança do Brasil é baixa. O sistema de Previdência Social desestimula as pessoas a economizarem para o futuro, e o governo tende a gastar mais do que pode.

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"O Brasil consumiu os fundamentos que vinha acumulando até a crise", avaliou o economista-chefe da Corretora Convenção, Fernando Montero. Antes da turbulência internacional chegar ao País, a economia crescia com muito investimento, superávit fiscal e déficit internacional baixo.

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Em 2009, apesar da crise, o consumo das famílias cresceu 4,1%. Para 2010, a previsão é que avance 7% - mesmo considerando que o Banco Central (BC) deve começar a subir a taxa de juros em breve. É uma taxa expressiva, similar à de 2008 e próxima aos aumentos recordes do Plano Real. Em 1994 e 1995, as famílias brasileiras consumiram 7,4% e 8,6% mais, respectivamente.


"Uma taxa de crescimento de 7% no consumo das famílias este ano não é sustentável", disse o economista do JP Morgan, Júlio Callegari. Ele afirma que o patamar está muito acima dos 4% a 4,5% do chamado PIB potencial, que é quanto a economia brasileira poderia crescer sem gerar inflação. O banco prevê alta de 6,2% do PIB em 2010.


Ele explica que uma alta tão significativa do consumo, sem poupança interna, vai gerar um crescimento do déficit externo. A previsão do banco americano é que o déficit em conta corrente do Brasil suba de 1,6% do PIB em 2009 para 3,2% este ano. Na avaliação do economista, esse patamar deixa o mais sensível a crises internacionais. "O crescimento tende a ser por solavancos, ao invés de sustentado e gradativo", disse Callegari.

Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, o Brasil precisa elevar os investimentos para crescer sem inflação. Vale estima que seria necessária uma taxa de investimentos de 25% do PIB para garantir um crescimento sustentável de 5%. A taxa de investimento caiu de 19,9% do PIB em 2008 para 16,7% em 2009. A queda mais forte ocorreu no início do ano, e nos últimos trimestres houve recuperação.


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