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14,25% ao ano

Taxa Selic não deve ser reduzida, diz diretor do Banco Central

Agência Brasil
22 fev 2016 às 19:06

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- Reprodução
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O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Altamir Lopes, disse nesta segunda-feira (22), que a convergência da inflação para a meta de 4,5% em 2017 não contempla reduções da taxa básica de juros, a Selic. Lopes participou de evento no Brazil Macro and Political Conference, promovido pelo JP Morgan, em São Paulo.

De acordo com Lopes, a expectativa de menor alta do dólar este ano, de "uma sensível diminuição no processo de ajuste de preços administrados", da queda da atividade econômica e do menor crescimento da economia mundial contribuem para um processo desinflacionário em 2016. "Os riscos inerentes ao comportamento recente tanto das expectativas quanto das taxas observadas de inflação e a presença de mecanismos, formais e informais, de indexação na economia brasileira não nos permitem trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias [redução da Selic]", acrescentou Lopes.

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Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano, e as instituições financeiras esperam a redução dos juros básicos em 2017, encerrando o período em 12,63% ao ano, de acordo com a mediana das expectativas (desconsidera os extremos das projeções).

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A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

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Para Lopes, o "fraco desempenho da atividade econômica" acrescenta desafios para a condução da política monetária (definição da Selic). O diretor do BC lembrou que a inflação tem sido afetada por dois processos de recomposição de preços relativos: a alta do dólar e o aumento dos preços administrados em relação aos livres. "Sobre os preços administrados, importa considerar, entretanto, que o expressivo ajuste ocorrido em 2015, cuja variação alcançou 18%, deverá levar a significativa redução da inflação desses preços no ano corrente", disse, em discurso publicado na página do BC, na internet.


Lopes disse que a inflação deverá passar a refletir melhor o estado da atividade econômica e das condições monetárias. Ele explicou que o processo de ajuste macroeconômico, intensificado por eventos não econômicos (como as investigações da Operação Lava Jato) e por um contorno externo de moderação no crescimento, contribuirá para uma dinâmica menos pressionada da inflação, ao auxiliar na quebra da resiliência de preços.

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Por outro lado, acrescentou Altamir Lopes, as elevações da Selic feitas anteriormente "restringirão a propagação de alta de preços para períodos mais distantes".


Ele informou que o Banco Central espera a queda da inflação em 2 pontos percentuais no primeiro semestre, o que deve levar as projeções do mercado à estabilidade ou até à redução desse indicador.

Sobre o repasse da alta do dólar para os preços ao consumidor, o diretor do BC ressaltou que o feito predomina no curto prazo. Entretanto, no médio prazo, o efeito desinflacionário das condições da economia real tende a prevalecer, acrescentou Lopes. "Adicionalmente, é importante notar que o câmbio passou por expressiva depreciação em 2014 e 2015 – 21% no segundo semestre de 2014 e 47% em 2015, para ser mais preciso –, deixando menor espaço para movimentos significativos de depreciação em 2016."


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