Os juros cobrados do consumidor e das empresas têm recuado desde que o Banco Central começou a cortar a taxa básica, em janeiro último, mas não no mesmo ritmo da Selic. Entretanto, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a tendência é que caiam mais rapidamente nos próximos meses, mesmo que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) pare de reduzir o valor de referência.
‘No início deste ano, pesou muito a questão conjuntural. Diante da crise, as instituições financeiras reagiram às incertezas sobre o cenário diminuindo a oferta de crédito, o que significou aumento dos ‘spreads’ (diferença entre a taxa com que os bancos captam recursos e aquela aplicada na concessão de financiamentos). De lá pra cá, o panorama foi melhorando e, com isso, os juros passaram a recuar. Provavelmente, continuarão caindo com mais força’, diz Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
Desde que o BC deu início a um novo ciclo de cortes da Selic, os principais bancos brasileiros passaram a anunciar reduções nas taxas praticadas por eles no mesmo dia em que acaba a reunião do Copom. Há alguns meses, os comunicados a respeito dessas medidas eram enviados por e-mail à imprensa algumas horas após o anúncio da decisão do comitê.
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Logo, passaram a chegar apenas minutos depois. Desta vez, a Caixa Econômica Federal e a Nossa Caixa anteciparam-se e informaram já na terça-feira as diminuições dos seus juros. Quarta-feira, foram seguidas por HSBC, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.
Otimismo
Em junho, a taxa média para pessoa física, considerando todas as modalidades de financiamento, estava em 7,26% ao mês. Para as empresas, em 4,12% mensais, de acordo com levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Esses juros, em queda pelo quinto mês consecutivo, retornavam aos níveis de abril de 2008, quando a crise ainda não havia se agravado.
Na opinião de especialistas, as condições para empréstimos tendem a melhorar, inclusive no que diz respeito aos prazos. ‘Um impeditivo para que essas perspectivas se concretizem é o aumento da inadimplência, que atualmente já se encontra perto do pico histórico’, ressalva Otto Nogami, economista do Insper.