A espanhola Telefónica anunciou a venda de uma participação de 8% na Portugal Telecom, no mais recente indício do acirramento da disputa entre as duas empresas de telecomunicações ibéricas.
Um porta-voz da companhia confirmou informações divulgadas pela imprensa portuguesa sobre a transação, mas não revelou outros detalhes. A informação também foi confirmada em um comunicado enviado pela Telefónica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal.
Pelo atual valor de mercado, a transação equivale a 800 milhões. A Telefónica, que era a maior acionista individual da PT, detendo 8,5% das ações diretamente e 1,5% indiretamente, ainda detém 2,02% da empresa portuguesa.
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A venda das ações da PT acontece enquanto a Telefónica tenta assumir o controle da operadora brasileira de telefonia móvel Vivo Participações, que atualmente é controlada em conjunto pelas duas empresas, por meio de uma joint venture chamada Brasilcel. Os acionistas da PT vão se encontrar na semana que vem para votar sobre a oferta da Telefónica de 6,5 bilhões pela participação da PT na Vivo, após uma oferta anterior de 5,7 bilhões ter sido rejeitada pela diretoria da PT. Executivos do primeiro escalão da PT argumentam que a oferta da Telefónica não reflete o verdadeiro valor da Vivo.
O jornal português Jornal de Negócios noticiou mais cedo que a venda permitiria acabar com o impedimento da Telefónica de votar na proposta que fez pela participação da PT na Vivo. Mas o chairman da PT, Henrique Granadeiro, disse em uma entrevista televisiva na noite de ontem que a Telefónica estaria em um conflito de interesses se fosse permitido que ela votasse na sua própria oferta na reunião do próxima dia 30.
Na proposta apresentada, a Telefónica teria se comprometido a vender sua participação na PT à própria empresa ou a acionistas por ela indicados. Para isso, a empresa teria de contar com cláusulas de recompra de participação.
A PT também rejeitou uma proposta da Telefónica para discutir a distribuição de um dividendo extraordinário se os acionistas da empresa portuguesa concordarem em vender a participação na Vivo.