O vice presidente de Assuntos Regulatórios e Institucionais da TIM, Mario Girasole, contestou as acusações de que a empresa estaria derrubando chamadas propositalmente, divulgadas na terça-feira, 7, pelo jornal Folha de S. Paulo. A declaração do executivo da TIM ocorreu durante a audiência pública no Senado, destinada a debater a atuação e os investimentos das empresas de telefonia móvel no Brasil. Convidado a participar do evento organizado pelas Comissões de Ciência, Tecnologia, Comunicação (CCT) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor (CMA), Girasole, negou veementemente todas as acusações.
"Temos que fazer uma distinção extremamente clara. Não estamos falando de qualidade do negócio, mas de ética do negócio, onde qualquer suspeita decorrendo da análise superficial e conclusões infundadas, é simplesmente inadmissível. Foi o nome da nossa empresa que foi questionado", disse ele, ressaltando que "a denúncia não é uma posição oficial da Anatel, mas sim de um escritório regional e apontou falhas na metodologia aplicada". Essa mesma afirmação de que o relatório não reflete a posição oficial da Anatel foi reforçada mais tarde pelo presidente da Agência, João Rezende e pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista à imprensa.
Mario Girasole frisou ainda que o relatório contém erros básicos porque, entre outras variáveis, não considera quedas de outras operadoras, ou provocadas pelo fim da bateria do celular, ou mesmo fim do crédito do cliente. O executivo informou que a TIM fez a depuração dos dados, reuniu todos os registros de chamadas do dia 8 de março (data das chamadas consideradas pelo Relatório de Fiscalização) e constatou que a rede não reconheceu qual o plano de serviço do usuário. Naquele dia, disse, todas as quedas de ligações de clientes Infinity e de não Infinity foram abaixo de 2%, que é aceitável pela Anatel.
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Durante a audiência, Girasole afirmou que a empresa foi a mais afetada pela medida cautelar de proibição de vendas de novas linhas e lembrou que, após a elaboração do Plano de Ações de Melhoria da Prestação de Serviço Móvel, foi a operadora que apresentou os maiores números de investimentos.
O executivo da TIM ressaltou a importância dos trabalhos técnicos da Anatel, mas considerou lamentável o fato de o processo, que tem conclusões erradas, vazar e virar um elemento de acusação que afeta a reputação da empresa, dos funcionários, e prejudica a imagem da empresa junto à concorrência e ao mercado. "O que não pode acontecer é que a reputação de 11 mil funcionários seja afetada. Para recuperar essa queda de imagem levaremos muito tempo", lamentou.
Presente na audiência, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo pediu cautela contra as acusações contra a TIM. "É importante esclarecer que existe um relatório da fiscalização regional da Anatel no Paraná, mas a palavra final tem que ser dada depois que o relatório for examinado pela Superintendência e pelo Conselho da Anatel. Se for um problema de qualidade, achamos que as medidas que foram adotadas vão resolver em curto, médio e longo prazo. Se for confirmada uma fraude, sairá do âmbito da Anatel e vira um problema judicial que exigirá perícia no sistema. O que não podemos fazer é pré-julgar, dizer antecipadamente sem ter certeza do que está acontecendo, que foi uma fraude", ponderou.