O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, alertou as empresas, especialmente não financeiras, sobre os riscos derivados da questão cambial. Ele lembrou que a taxa de câmbio no Brasil é flutuante e que, por isso, não se pode supor que o dólar vai sempre cair, já que a direção pode abruptamente se inverter. "É importante que o setor privado esteja atento à questão do hedge (proteção em relação à variação cambial)", disse Tombini.
Em sua apresentação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tombini destacou que, em função das medidas adotadas pelo governo, houve redução nos fluxos de dólares. Segundo ele, o governo agiu exatamente para evitar que um fluxo excessivo de moeda de uma hora para outra se reverta, causando instabilidade.
Tombini afirmou também que neste ano há uma melhor composição dos fluxos, com maior presença de Investimento Estrangeiro Direto (IED) - cerca de 60% do total - do que de demais fluxos - com cerca de 40%.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Derivativos
O presidente do Banco Central disse que a autoridade monetária não tem identificado grandes exposições de empresas privadas não financeiras em "derivativos exóticos", como ocorreu no fim de 2008, mas recomendou atenção das firmas a esses movimentos.
"As empresas privadas não financeiras devem se proteger em relação a seus fluxos futuros de receitas em moeda nacional, considerando futuros compromissos de saída em moeda estrangeira", afirmou Tombini. "Alertamos sempre para o setor privado não financeiro estar atento e se proteger", frisou.