O brasileiro que anda de ônibus, metrô, lotação ou outros tipos de transportes coletivos em cidades de mais de 100 mil habitantes gasta, em média, R$ 100 por mês para se locomover em sua cidade, segundo levantamento feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Isso equivale a cerca de 12% da renda média das pessoas entrevistadas pela associação.
Em termos proporcionais, é justamente no bolso das pessoas de menor renda - as que mais se utilizam desse serviço - que a conta pesa mais. Para os indivíduos que ganham até um salário mínimo, os gastos com transporte coletivo equivalem, em média, a 53%, do rendimento mensal.
A pesquisa mostra que, conforme aumenta a renda, menor é o peso dos gastos com transporte coletivo no orçamento. Para quem ganha mais de 20 salários mínimos, por exemplo, esses gastos equivalem, em média, a 0,4% do ordenado. A pesquisa da foi feita entre os dias 10 de maio e 10 de julho e entrevistou 7,5 mil pessoas em 27 cidades com mais de 100 mil habitantes de todo o País.
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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2002, as famílias com rendimento de até R$ 400 mensais empregavam 15,19% do seu orçamento para se locomover.
Dentre as pessoas que usam ônibus urbano, por exemplo, que é o transporte coletivo mais utilizado, 65% dos entrevistados responderam à NTU que as tarifas são muito caras. A pesquisa mostra que o preço da tarifa, aliado ao tempo de espera, acaba sendo um dos principais motivos que levam as pessoas de menor renda (das chamadas classes D e E) a substituir o ônibus por outros tipos de transporte.
O curioso, de acordo com a NTU, é que muitas pessoas de baixa renda que deixaram de andar de ônibus passaram a se locomover a pé ou de bicicleta. O ônibus, por sua vez, também vem perdendo espaço entre as pessoas de maior renda, mas, nesse caso, está sendo substituído pelo carro particular.
Ao todo, seja por conta das pessoas de menor renda que se queixam das tarifas, seja pelas de maior poder aquisitivo que compraram carro, a NTU constatou que, nos últimos 15 meses, cerca de 14% das pessoas entrevistadas deixaram de andar de ônibus ou diminuíram a freqüência do uso desse transporte. (AE)