Os trabalhadores dos Correios no Paraná entraram em greve por tempo indeterminado a partir da 0h desta quarta-feira (18). Segundo o Sintcom-PR, sindicato que representa a categoria no Estado, a proposta de paralisação foi aceita por mais de 620 funcionários, que participaram na noite de ontem de assembleias realizadas em Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa.
Antes da decisão, às 14h, aconteceu a primeira audiência de conciliação entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e as entidades sindicais, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde não houve acordo.
Diferentemente dos carteiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia e Bauru (SP), que aceitaram receber 8% de reajuste (reposição da inflação do período, de 6,27%, e aumento real de 1,7%), os trabalhadores paranaenses consideraram a proposta da ECT insuficiente. "Na realidade, como o nosso salário é muito baixo, de R$ 1.004, esses 8% não representam um grande aumento. Além das perdas que tivemos, precisamos de um ganho real. Os diretores não se solidarizam porque os salários deles são muito melhores do que os dos trabalhadores da base", afirmou um dos diretores do Sintcom-PR, Santino Sebastião da Silva.
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De acordo com ele, dentre as reivindicações dos trabalhadores do Estado estão reajuste de 15% nos salários, fim do Postal Saúde e melhorias do Correios Saúde (plano de saúde da categoria). Os funcionários pedem ainda mais contratações e melhorias nas condições de trabalho.
Procurada pela reportagem, a ETC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que já esgotou todas as negociações com os trabalhadores e que agora aguarda o julgamento do dissídio pelo TST. Em relação aos serviços, a empresa disse que, por enquanto, ainda não é possível estimar o impacto da greve no Estado e que um balanço parcial deve ser divulgado no início da tarde.
Londrina - Em Londrina, a agência localizada na avenida Rio de Janeiro foi fechada durante a manhã. Segundo o diretor do Sintcom em Londrina, Fabiano Silvério, cerca de 100 dos 450 funcionários dos Correios da cidade já aderiram à greve. "A expectativa é de que a adesão aumente ainda mais nos próximos dias", comentou.
Para Silvério a proposta de 8% de aumento da empresa também não é suficiente. "Nós pedimos reajuste de 20% referente à perdas salariais, 15% de aumento real e mais 7,7% de reposição da inflação", explicou.
Além de Londrina, há funcionários em greve em outros municípios da região, como Apucarana, Arapongas, Cambé e Rolândia. (Atualizado às 9h47)