Mais de dois mil trabalhadores do Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, aderiram à mobilização nacional da categoria e paralisaram as atividades na manhã desta sexta-feira (22), segundo estimativa do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná (Sindestiva).
O movimento teve início às 7h e acontece mesmo após a concessão de uma liminar pelo Tribunal Superior de Trabalho (TST) na noite de ontem, impedindo a greve, sob pena de multa diária de R$ 200 mil.
"Na verdade, a liminar chegou para nós há uns dez minutos e estamos estudando agora com o nosso jurídico para decidir o que vai acontecer. Por enquanto, a paralisação continua. A categoria está toda mobilizada, em frente ao portão principal do porto", afirmou o diretor do Sindestiva, Paulo Eduardo Gomes Pereira. A previsão é que a mobilização encerre às 13h.
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Mudanças - A categoria reivindica mudanças na Medida Provisória (MP) 595/12, em tramitação no Congresso Nacional. A MP 595/12 prevê um novo marco regulatório para o setor, com a licitação de 159 áreas em 25 portos brasileiros. Entre os pontos discutidos estão a regulação do serviço de praticagem, a eliminação de barreiras à entrada de novas empresas e a abertura de chamadas públicas para construção de portos privativos.
O temor dos trabalhadores é que, com as mudanças, as novas empresas demitam a maior parte dos atuais funcionários e tragam outras pessoas para ocupar as vagas.
"Os sindicatos não são contrários à MP em si, mas às emendas que estão sendo votadas, com todos os problemas que acarretam para a classe de portuários e estivadores. Elas vêm de encontro aos nossos interesses. Somos um sindicato com 110 anos e temos um sistema de trabalho perpetuado há muito tempo", defendeu Pereira.
No Paraná, todas as sete categorias sindicais, além da Cooperativa de Transportes e da Cooperativa Mista e de Transportes de Fertilizantes, Sal, Corrosivos e Derivados do Litoral (Coopadubo), participam do movimento.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informou nesta quinta-feira (21), por meio de nota oficial, que está apreensiva com o movimento, uma vez que existe programação de navios a serem atracados para carregar ou descarregar produtos. "Num período em que a movimentação de granéis é grande, por conta do período de safra, paralisações dessa natureza podem gerar diversos problemas e prejuízos. Estamos preocupados com as consequências deste movimento, pois o produtor agrícola está no momento da colheita da safra e muito precisa da operação portuária. Por outro lado, estamos confiantes que as partes chegarão a um consenso benéfico para o País", disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.