Mais de 800 trabalhadores da obra de construção do Boulevard Londrina Shopping, em frente ao Marco Zero, cruzaram os braços na manhã desta terça-feira (14) em protesto pelas más condições de trabalho, descumprimento de cláusula contratual e não pagamento do reajuste salarial de 11%, acordado no dia 1º de junho.
Ontem um grupo de 15 funcionários tentou negociar com os empregadores mas, segundo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracom), além de não terem as reivindicações atendidas foram colocados para fora da obra e humilhados.
Além das péssimas condições de trabalho, os empregados reclamam de descumprimento de contrato. Segundo eles, como a maioria foi recrutada nos estados nordestinos, ficou acordado em contrato que cada um deles seria dispensado por uma semana, a cada 120 dias, para visitar familiares e receberiam uma passagem aérea da empresa para fazerem a visita a familiares. Segundo o Sintracom, tem funcionários trabalhando até 180 dias sem ver a família.
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Os funcionários são em sua maioria oriundos da Bahia e Ceará e são contratados da empresa baiana OAS Engenharia. A empresa ainda não se manifestou sobre o protesto dos funcionários e o Sintracom está intermediando as negociações.
A alimentação também faz parte das reclamações. Segundo eles, cerca de 50 já sofreram intoxicação alimentar após comerem comida servida pela empresa. O transporte do alojamento ao canteiro de obras está sendo feito por cinco ônibus que estão com as portas amarradas com cordas. A superlotação do alojamento também está entre os motivos da paralisação.
A Sonae Sierra Brasil, responsável pelo shopping, deve se pronunciar ainda na manhã desta terça-feira (13) e garante que a inauguração prevista para o 1º trimestre de 2013 está mantida.
Negociação
Em nota oficial no final da manhã, o Boulevard Shopping informou que a construtora OAS, responsável pela contratação dos operários, irá se reunir com o presidente do Sintracom na tentativa de um entendimento para dissolver o movimento grevista. O Shopping informou ainda que está acompanhando todo o processo e junto com a OAS busca uma rápida dissolução.
(Atualizada às 12h36)