O ano terminando, é hora do empresário não apenas se preocupar com o pagamento do 13º salário, mas principalmente de fazer um balanço sobre o que deu certo e o que deu errado em sua empresa, para evitar que os problemas se repitam. Fazer um balanço do clima da empresa e do nível de satisfação de seus empregados é, segundo o administrador de empresas, Rogério Albuquerque, a melhor maneira de se evitar repetir os erros do passado.
"O empresário precisa entender que a satisfação de seus colaboradores, seja com o clima da empresa e/ou com os benefícios oferecidos, pode ser mais importante que oferecer altos salários. E a chegada do final do ano é a melhor hora para se analisar a empresa e a forma de sua condução, já pensando em como e o que mudar, para superar os desafios que o próximo ano certamente apresentarão".
O gestor que atua como consultor de empresas, ensina que uma das melhores opções para garantir que os funcionários estejam satisfeitos, é ter um plano de carreira. "Se pergunte: sua empresa tem um plano de carreira que seja transparente e que dê aos colaboradores, desde a contratação até o último nível, a possibilidade de saber exatamente como se comportar, o que fazer, o que estudar. Se não, aqui vai a primeira dica para 2016: elabore um plano de carreira. Se não sabe como, convoque os próprios colaboradores, faça um mutirão, como se estivesse elaborando a constituição do seu negócio. Vai ver que este envolvimento, além de deixar claro o que as pessoas esperam da empresa, também vai criar um clima positivo e fazer com que as pessoas se sintam parte do time".
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A segunda dica para se começar bem o ano, segundo o consultor, é ter um conjunto de regras claras sobre serviços fora do cotidiano. "Faça uma escala justa e igualitária e vai ver que os resultados obtidos serão melhores. Os colaboradores precisam ter clareza sobre como terão que atuar, quais horários e dias de plantões de finais de semana ou noturnos, feriados e/ou horas extras. Lembre-se de que as pessoas precisam se sentir necessárias, importantes, principalmente quando desempenham tarefas estressantes, em locais ou dias e horários fora do cotidiano. Jamais escale alguém para um trabalho como forma de punição".
Acesse o rotativômetro e descubra qual o custo da rotatividade em sua empresa
E por último, Rogério Albuquerque diz que é preciso dar atenção especial ao clima geral da empresa. "Você conhece a rotina de seus colaboradores dentro da empresa? Como se relacionam? Como os chefes tratam seus subordinados? Qual é o nível de satisfação geral? Faça uma pesquisa simples, sem identificar quem está respondendo (para a pessoa tenha liberdade de falar e assim sua pesquisa tenha mais assertividade) e verifique, não apenas a situação geral, mas principalmente, o que você pode fazer para que, no ano novo, não se repitam os mesmos problemas do velho", recomenda o consultor.
E antes de fazer este balanço geral, verifique como está o turnover de sua empresa. Uma rotatividade alta pode ser fatal para seu negócio e estragar seus planos para o ano novo. Dados de uma pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), no início deste ano, mostram que a taxa de rotatividade no mercado de trabalho brasileiro vem crescendo, o que pode justificar, em parte, o alto índice de mortalidade de empresas.
Em 2014, ano base da pesquisa, a taxa de rotatividade no mercado de trabalho brasileiro atingiu 62,8%, um dos maiores do mundo. O indicador, que mede as admissões e os desligamentos, com especial atenção às movimentações contratuais no setor privado, no qual os trabalhadores não possuem estabilidade no emprego como acontece com os empregados estatutários, apontou que entre 2003 e 2007, o índice havia ficado em média em 54%, no segmento de celetistas (trabalhadores com carteira assinada). Entre 2008 e 2014 atingiu média de 63% com tendência de continuar crescendo. No mesmo período a taxa de mortalidade de empresas em todo o País, chegou a 76%, o que indica que pode haver uma relação, ao menos parcial, entre causa e efeito.