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Equilíbrio

Usinas descartam risco de faltar álcool no mercado

Gisele Mendonça/Folha de Londrina
07 jan 2011 às 09:12

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A oferta de etanol no mercado interno é o principal assunto a ser discutido em reunião interministerial marcada para hoje pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o total de cana destinado à produção de açúcar aumentará de 266,2 milhões de toneladas, na safra 2009/2010, para 288,7 milhões de toneladas, em 2010/2011 - acréscimo de 8,5%.

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Comparando o mesmo período, o volume de cana destinado à produção de etanol cairá de 338,1 milhões de toneladas para 336,3 milhões de toneladas - retração de 0,5%. (Com informações da Agência Estado)

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Os números mostram um direcionamento da oferta de cana para a produção de açúcar (que encontra bons preços no mercado internacional), em detrimento da produção de etanol (voltado prioritariamente para o mercado interno). Apesar da redução da quantidade de cana destinada à produção de álcool, a produtividade no beneficiamento será melhor, permitindo expandir levemente a oferta final de etanol.

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Representantes ligados ao setor no Paraná e em São Paulo, ouvidos pela FOLHA, descartam qualquer possibilidade de desabastecimento de etanol no mercado interno. ''O que foi produzido nesta safra é suficiente para atender a demanda, sem risco algum de desabastecimento. O mercado está equilibrado entre oferta e demanda'', afirma Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar).


Ele critica a falta de atitude do governo federal para manter estoques reguladores de álcool como forma de atender o mercado em situações de emergência. ''Aí temos a volatilidade dos preços pela falta desses estoques. Isso gera insegurança no mercado e no consumidor'', diz.

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Sérgio Prado, representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que congrega as principais unidades produtoras de açúcar, etanol (álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil, também descarta o risco de faltar etanol no mercado interno. Ele argumenta que em 2009/2010 a produção de etanol no Centro-Sul ficou em 23,6 bilhões de litros e 2010/2011 deve fechar com 25,5 bilhões de litros.


''Está certo que o consumo (de álcool) está aquecido pelo crescimento do número de carros flex, mas ainda não há consumo além do que é produzido'', diz Prado. Ele argumenta ainda que o preço do etanol está caindo. Em 20 de janeiro de 2010, Prado destaca que o litro de etanol custava R$ 1,20 saindo das usinas (sem imposto e sem frete) e ontem o combustível (na mesma situação) estava em torno de R$ 1,10.


''Há estoques guardados da safra 2010 que por contrato tem de ser colocados no mercado agora. A lógica é que essa redução de preço seja repassada para o consumidor. Se houvesse risco de faltar álcool não haveria queda de preço'', completa.

Prado argumenta que a proporção de cana-de-açúcar processada para a produção de açúcar e de álcool mantém-se equilibrada. Segundo ele, na safra 2009/2010 no Centro-Sul, 42,59% da matéria-prima foi destinada para o açúcar e 57,41% para o etanol. Em 2010/2011, os índices devem fechar em torno de 44% e 56% respectivamente.


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