O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou nesta quinta-feira, 27, que a companhia está muito motivada com a performance obtida em 2013. "Tivemos resultados muito sólidos em 2013 e estamos tendo sucesso na estratégia de focar a empresa em seus negócios principais", disse Ferreira em teleconferência com jornalistas. O executivo destacou a disciplina em relação ao orçamento e prazo de implementação de projetos. Segundo ele, a companhia está preparada para entregar volumes nos próximos anos, com um fluxo de caixa bastante saudável. A Vale deverá manter sua política de pagamento de dividendos, disse.
Ferreira também disse que a companhia não tem planos de captação no radar. "A Vale não estuda nesse momento um aumento da dívida interna ou externa", disse. Segundo ele, a empresa está satisfeita com o sucesso da emissão de debêntures de infraestrutura concluída este mês. Segundo ele, a grande participação de pessoas físicas na operação é muito positiva por ir ao encontro do objetivo da Vale de pulverizar a captação. Além disso, o sucesso da operação abre caminho para que outras companhias sigam o mesmo caminho.
Em relação a novos desinvestimentos, Ferreira explicou que a mineradora estuda novos desinvestimentos fora de seu core business. Sobre o desinvestimentos na MRN, o executivo disse que a Vale pretende esperar o fechamento do plano de negócios da empresa antes de fazer qualquer movimento.
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Projeto Carnalita.
Ferreira afirmou, também, que o projeto Carnalita, em Sergipe, não deverá ser levado ao conselho da mineradora por enquanto. Segundo ele não houve nenhuma mudança concreta a respeito da disputa entre os municípios de Capela e Japaratuba em torno do projeto. A localização do investimento, estimado em US$ 1,8 bilhão, é alvo de uma briga entre os municípios devido à arrecadação de ICMS que o projeto deve render. "Não faz sentido levarmos a conselho uma situação política interna do Estado de Sergipe. A Vale só irá para um Estado em que for bem-vinda", disse Ferreira. Recentemente o executivo esteve no Senado Federal em reunião com os prefeitos das cidades e o governador do Sergipe.
Na ocasião o executivo chegou a afirmar que a Vale venderia o projeto caso não houvesse uma solução. "Não houve nenhuma manifestação depois do meu depoimento no Senado. O assunto continua no mesmo estágio", disse. Na teleconferência desta quinta, Ferreira afirmou que no caso de uma alienação a Vale venderia todo o projeto porque não há sentido em ficar onde há um impasse político. A Vale pretende extrair 1,2 milhão de toneladas anuais de carnalita, rocha essencial para a fabricação do potássio utilizado em fertilizantes, cuja importação supera 90% da demanda nacional. A maioria das minas ficam em Capela, mas a fábrica ficará em Japaratuba, em uma região próxima à divisa. O local foi escolhido, segundo a empresa, por ser o mais adequado em termos de impacto ambiental e condições logísticas favoráveis.
Terceiros.
O diretor-executivo de Ferrosos e de Estratégia da Vale, José Carlos Martins, disse que a compra média anual pela empresa de minério de ferro de terceiros é de cerca de 10 milhões de toneladas. "Isso não tem lógica no trimestre, podemos comprar mais ou menos, depende do momento e da lógica do mercado", disse o executivo. O volume de minério comprado de pequenas mineradoras no quarto trimestre do ano passado foi de 3,8 milhões de toneladas, ante 2,6 milhões de toneladas no trimestre imediatamente anterior.