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Análise

Valorização do real já preocupa governo e empresas

Agência Estado
15 out 2010 às 15:59

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- Folha de Londrina
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que a valorização do real é uma preocupação no governo, assim como da iniciativa privada. Em almoço na sede do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), no Rio, Coutinho defendeu uma ação para conter a queda do dólar.

''Considerando o interesse nacional, não é sensato ficar inerme diante dessa avalanche de capitais ingressando no País, que pressiona o câmbio'', afirmou Coutinho, respondendo a uma pergunta da plateia de executivos, embora tenha se recusado a opinar sobre que medidas poderiam ser tomadas. ''Como? Não é minha competência ou de um banco de fomento'', disse Coutinho, endereçando a pergunta ao Ministério da Fazenda e ao Banco Central.

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Para Coutinho, o País é prejudicado pela estratégia de recuperação das economias mais desenvolvidas fortemente centrada numa política monetária mais frouxa, com juros baixos. ''A emissão monetária desses países vai multiplicar a liquidez e gerar tensões muito fortes nas economias com melhores perspectivas'', disse Coutinho, respondendo uma pergunta da plateia de executivos.

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''A economia brasileira reúne um conjunto de condições favoráveis para atrair investimentos diretos, em renda variável, do tipo 'carry trading', o que realmente constitui um grande desafio para as autoridades macroeconômicas criarem instrumentos de resistência'', acrescentou.


Em entrevista na saída, Coutinho disse que o câmbio prejudica ainda mais as vendas do Brasil no exterior, especialmente as de produtos manufaturados, cuja exportação passaram a contar com linhas subsidiadas do BNDES a partir deste segundo semestre.


''Como os mercados internacionais encolheram, a concorrência ficou muito acirrada. Como a taxa de juros em vários países é muito mais baixa, a intenção (dos financiamentos) era um pouco equalizar, dar condições mais equânimes para esses setores não perderem mercado porque a situação era difícil. Com câmbio, a situação fica ainda mais difícil'', afirmou. ''A taxa de câmbio afeta a renda exportadora na veia.''



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