A confiança do setor varejista registrou em setembro uma expansão de 1,6%, para 118,87 pontos ante 110,12 pontos em agosto. Essa melhora do sentimento do varejo foi apurada pelo Índice de Expectativas nos Negócios da Fundação Escola Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Ifecap), que calcula o índice com base nas respostas a um questionário dirigido a cerca de 400 empresas do setor. De acordo com o coordenador do índice, o professor de economia da Fecap, André Chagas, trata-se da sexta alta consecutiva do indicador, que já acumula 10,9% de elevação desde março.
"O resultado, no entanto, ainda é inferior ao verificado no final do ano passado. A recuperação das expectativas dos comerciantes paulistas se deve à manutenção dos níveis de emprego e renda da população em geral, bem como a retomada da normalidade no mercado de crédito, com expansão da concessão e inadimplência sob controle", avalia o economista. Esses fatores, de acordo com Chagas, influenciam muito mais as expectativas futuras dos empresários - que já se encontram em patamares similares aos verificados em outubro do ano passado.
"Entretanto, os receios da crise ainda são sentidos pelo comércio, como revela o nível das expectativas atuais, ainda abaixo da verificada no ano passado", diz o coordenador do Ifecap, referindo-se ao Índice Momento Atual, que capta a situação atual dos negócios e que apresentou alta de 0,8%, na comparação com agosto de 2009, puxado por altas em todos os seus componentes, com destaque para a elevação de 1,2% no Índice Momento Atual Vendas. O Índice Momento Atual ainda se encontra 10% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado. As expectativas para o próximo trimestre apresentaram elevação de 2,7%, puxadas pela alta de 3,7% no Índice Futuro Encomendas.
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Quanto ao porte das empresas, houve melhora da confiança em todos os níveis pesquisados. Entre as grandes companhias, houve elevação de 13,4% nas expectativas em relação a economia. Entre as médias empresas, a confiança cresceu apenas 0,2%. As empresas da capital revelam confiança maior na economia, tanto do País quanto dos seus próprios negócios, de 7,3%, enquanto as do interior estão mais cautelosas, com aumento pequeno na confiança, de 0,2%.