As vendas do comércio varejista subiram 1,0% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, e 11,5% no primeiro semestre ante igual período de 2009. O resultado semestral é melhor da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001, mas principalmente a partir do ano de 2004, onde se passa a ter índices semestrais positivos, salienta o instituto. Em 12 meses, as vendas do setor acumulam alta de 9,3%. O IBGE informou anteriormente que a série teve início em 2000.
No primeiro semestre de 2009, ressalta o instituto, a economia brasileira estava sob a influência da crise financeira internacional. "Somente em meados do segundo semestre daquele ano que a economia começa a se estabilizar, com suas atividades se aproximando dos patamares do período pré-crise", afirma o IBGE.
O resultado superou as estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que variavam de uma taxa negativa de 0,50% a uma expansão de 0,90%, com uma mediana positiva de 0,30%.
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Na comparação com junho do ano passado, as vendas do varejo tiveram alta de 11,3%,a segunda maior da série histórica, iniciada em 2001, para um mês de junho, segundo o IBGE. A maior taxa para um mês de junho, neste tipo de comparação com igual mês do ano anterior, continua sendo a de junho de 2004, quando o volume de vendas do comércio varejista subiu 12,9%.
A queda de 0,20% no índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista no trimestre encerrado em junho foi considerada uma estabilidade pelo economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira. Ele destacou que a taxa foi muito próxima de zero - embora tenha sido menor do que o índice de média móvel trimestral apurado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em maio, quando subiu 0,15%.
Embora o indicador seja uma espécie de termômetro para configurar tendências, o especialista informou que a taxa não pode ser usada para justificar o início de um desaquecimento no volume de vendas do comércio varejista a partir de junho. "Não posso dizer que a partir de agora o comércio, o volume de vendas, vai começar a cair. Temos de esperar alguns meses para saber se isso realmente vai se configurar", afirmou.
Comércio varejista avança em 5 atividades na comparação mensal
O comércio varejista detectou aumento no volume de vendas em junho contra maio em cinco das dez atividades pesquisadas pelo IBGE.
Entre os aumentos no volume de vendas detectados no período estão os registradas em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,4%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%); tecidos, vestuário e calçados (1%); e móveis e eletrodomésticos (0,6%).
Já as atividades que mostraram queda no volume de vendas do comércio varejista, no mesmo período de comparação, foram veículos e motos, partes e peças (-0,6%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,9%); combustíveis e lubrificantes (-1,2%); livros, jornais, revistas e papelaria (-2,3%) e material de construção (-3,1%).
Em um ano, vendas em 8 atividades cresceram
As vendas no comércio varejista em junho deste ano contra junho do ano passado apresentaram aumento em todas as oito atividades pesquisadas pelo IBGE neste tipo de comparação.
As vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiram 11,9% nessa base de comparação; móveis e eletrodomésticos (17%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,3%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (23,2%); combustíveis e lubrificantes (5,6%); tecidos, vestuário e calçados (4,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%).