A compra da Webjet pela Gol Linhas Aéreas, anunciada nesta sexta-feira (8), pode trazer mais concentração no setor aéreo e também perpetuar o atual cenário de baixa qualidade dos serviços, segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidores. "Dada a baixa qualidade dos serviços aéreos - vide o descaso das companhias no que diz respeito a informar o consumidor em casos de atrasos e cancelamentos de voos - e as tarifas elevadas, não é bom que essas atividades se concentrem ainda mais entre duas empresas", explica o gerente de informações do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira.
Embora o negócio ainda dependa de auditorias e da aprovação das autoridades governamentais competentes para ser concretizado, o instituto chama a atenção para o movimento de concentração do mercado, algo que, em qualquer segmento, não é bom para o consumidor. "Na Europa e nos EUA, o setor não é assim tão concentrado e é possível, hoje, comprar lá passagens muito mais baratas que as vendidas aqui no Brasil", afima Oliveira.
Preço x qualidade
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Em pesquisa realizada pelo Idec em maio, uma série de abusos praticados pelas companhias aéreas no País, especialmente nas vendas on-line, foram analisadas.
O destaque negativo da pesquisa foi a Webjet. Nela, foram detectadas cobranças de taxa para parcelamento da compra e para marcação de poltronas e falta de informações claras ao consumidor, inclusive aviso prévio sobre a cobranças pelos lanches consumidos a bordo. "Embora as duas empresas tenham uma política de preços que potencialmente amplia o acesso ao transporte aéreo a muitas pessoas, é preciso que o nível de qualidade dos serviços seja não apenas mantido, mas também aperfeiçoado", acrescenta o gerente.
Justiça
Em junho, a Webjet foi proibida pela justiça de cobrar taxas pelo uso da internet nas compras de passagens, marcação de assentos, parcelamento de compra e seguro viagem. A decisão da juíza Maria Isabel Paes Gonçalves, da 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deu-se a partir de um pedido do Ministério Público Estadual e estipulou multa de R$ 50 mil por ocorrência. (Com informações deo InfoMoney)