O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, disse hoje que as medidas de restrição ao crédito anunciadas pelo governo em dezembro não prejudicaram as vendas de veículos no País. De acordo com ele, todos os segmentos - automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus - registraram no mês passado as melhores vendas para meses de fevereiro da história, com exceção de motocicletas, que ainda não se recuperaram totalmente dos efeitos da crise de 2008. As vendas de veículos para o bimestre também foram as melhores da história para o período.
"Temos liquidez de mercado, entrada de capitais externos, anúncios de investimentos e os bancos estão com recursos. O financiamento de automóveis tem risco baixo e os consumidores, de forma geral, estão bem e satisfeitos, com poder aquisitivo. A melhor resposta para tudo isso é o aumento no volume de vendas", afirmou Reze.
No mês passado, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 274.174 unidades, crescimento de 11,96% em relação a janeiro e de 24,08% na comparação com fevereiro de 2010. No bimestre, as vendas atingiram 519.055 unidades, com crescimento de 19,52% em relação ao mesmo período de 2010. De acordo com Reze, nem mesmo as concessionárias estão sentindo mais dificuldade para vender veículos, apesar das medidas de restrição do crédito anunciadas pelo governo.
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"Nós do balcão não estamos sentindo essa restrição. Se isso tivesse acontecendo, as vendas de veículos usados cairiam, e nem elas estão caindo", disse. Na avaliação dele, as medidas tiveram efeito "profilático". "Foram medidas de efeito tópico, para alertar os bancos sobre um eventual aumento da inadimplência. Mas a inadimplência hoje está mais baixa dos que estava há dois anos", explicou.
De acordo com Reze, os dados de fevereiro confirmam a avaliação da entidade feita no mês de janeiro, quando as vendas recuaram 36,37% ante dezembro de 2010. "O crescimento das vendas em fevereiro é uma prova de que as montadoras fizeram ''um rapel'', emplacando muitos carros sem vendê-los no mês de dezembro com o objetivo de aumentar sua participação de mercado e ganhar posições no ranking de vendas das montadoras", disse.
Conforme Reze, a expectativa da Fenabrave é de que as vendas no mercado interno continuem em alta ao longo do ano. "A partir de agora as vendas serão melhores que as registradas no mesmo mês do ano anterior", afirmou. A previsão da entidade é de que as vendas, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos, cresçam 5,20% em 2011 na comparação com 2010, com 5.595.722 unidades comercializadas até o fim do ano. Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a Fenabrave prevê um crescimento de 4,20% em relação a 2010, para 3.468.995 unidades.