Este ano, pela primeira vez, a venda de computadores portáteis ultrapassou a de modelos de mesa no País. Isso tem trazido mudanças ao mercado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), devem ser vendidos 7,15 milhões de notebooks este ano, comparados a 6,85 milhões de desktops.
"O mercado de desktops não vai acabar, mas não tem tendência alguma de crescimento", disse Ivair Rodrigues, diretor de Estudos de Mercado da IT Data e responsável pelos dados da Abinee. Em 2009, haviam sido comercializados 5,15 milhões de PCs portáteis e 6,85 milhões de computadores de mesa.
Um efeito claro dessa mudança de perfil do mercado brasileiro foi o fortalecimento dos grandes fabricantes, principalmente das empresas internacionais. "Os fabricantes menores ficaram numa situação complicada", afirmou Rodrigues.
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Isso porque, no caso dos portáteis, as empresas normalmente importam kits, no lugar de trazer as peças em separado. Eles precisam ser comprados em quantidade maior, com pagamento à vista. "A empresa precisa de fluxo de caixa", explicou o diretor da IT Data. No caso dos desktops, normalmente as peças são compradas no Brasil, sendo algumas delas, como placas, gabinetes e discos rígidos, de fabricantes locais.
A nova configuração acabou concentrando o mercado, com os pequenos fabricantes praticamente restritos aos desktops. Ela também colocou pressão na Positivo Informática, maior fabricante brasileira de computadores. No terceiro trimestre, a Positivo registrou queda de 74,1% em seu lucro líquido, que somou R$ 15,3 milhões. As vendas da companhia caíram 1,3%, para 521,8 mil unidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.