As vendas dos supermercados encolheram 1,7% em março ante fevereiro, principal influência sobre o recuo de 0,9% nas vendas do varejo no período. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Tem um perfil generalizado de queda entre as atividades. É um resultado negativo geral, que não está concentrado numa atividade, mas que tem forte influência de supermercados. Isso reflete não só a perda real da renda, que tem impacto direto no consumo no setor supermercadista, mas também tem impacto da evolução de preços de alimentos, que no mês de março, subiu acima da taxa de inflação", justificou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Entre as oito atividades do varejo restrito, seis tiveram retração nas vendas. Outros destaques foram as perdas de móveis e eletrodomésticos, com recuo de 1,1% em março após alta de 6,1% em fevereiro, e combustíveis e lubrificantes, com redução de 1,2% em março após avanço de 0,3% em fevereiro. Os demais recuos no volume vendido foram em tecidos, vestuário e calçados (-3,6%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,5%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%).
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Na direção oposta, as atividades que mostraram aumento de vendas na passagem de fevereiro para março foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (6,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,7%).
No varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, também houve impacto da acentuada queda dos supermercados. As vendas recuaram em oito das dez atividades pesquisadas, o que levou o varejo ampliado a uma retração de 1,1% em março ante fevereiro, resultado negativo mais intenso do que os registrados por veículos e motos, partes e peças (-0,5%) e material de construção (-0,3%).