A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou suas projeções para o mercado de veículos em 2011. Para o mercado interno, a entidade prevê comercializar 3,630 milhões de unidades, o que significará aumento de 5,2% nas vendas no País. Deste total, a Anfavea prevê que 20% serão de veículos produzidos em outros países.
As vendas de máquinas agrícolas devem se manter em 69 mil unidades em 2011, o que significa estabilidade em relação a 2010.
A Anfavea prevê exportações de 485 mil unidades de veículos montados em 2011, o que representará uma queda de 5% em relação a 2010. Considerando veículos montados e desmontados (CKD), a entidade prevê uma redução de 6,4% para 730 mil unidades.
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Levando-se em conta somente as exportações de máquinas agrícolas, a Anfavea espera queda de 7,8% para 17,8 mil unidades. Em valores, considerando o total das exportações, a Anfavea prevê uma alta de 2,3% para US$ 13,1 bilhões.
Para a produção no País, a Anfavea prevê crescimento de 1,1%, para 3,680 milhões de unidades. Já a produção de máquinas agrícolas deve cair 3,9% para 86 mil unidades.
Medidas do BC
O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, disse que as medidas de enxugamento de liquidez anunciadas na sexta-feira pelo governo são transitórias e não devem afetar o resultado das vendas da indústria automotiva em 2011. Na avaliação dele, as ações têm como objetivo conter uma "bolha inflacionária" e o ajuste deve ser "transitório".
Segundo ele, o efeito das medidas deverá ser mais sentido no primeiro trimestre, quando as vendas da indústria já são tradicionalmente mais fracas. "Até por esse motivo, alguns dizem que o ano só começa no Brasil depois do carnaval", afirmou. "Nós entendemos que as medidas não terão nenhum grande impacto nas vendas porque são políticas transitórias, que visam ajustar a economia e evitar a inflação", afirmou. "Isso é bom para o País. Todos queremos a estabilidade econômica. A estabilidade é fundamental para que o País continue crescendo a um ritmo de 4% a 5%, sem inflação", acrescentou. Para Belini, o mais importante é que o credito no País continue e não é o aumento dos depósitos compulsórios que vai definir essa questão. "Os bancos terão, talvez, de fazer um esforço maior na captação."
De acordo com Belini, os financiamentos de veículos que utilizam um prazo acima de 48 meses são minoritários, considerando o total de vendas financiadas no Brasil. "Esse pacote ainda permite os financiamentos de longo prazo, embora eles passem a custar mais caro. Naturalmente, deverá haver uma concorrência entre os próprios bancos e isso poderá ser ajustado", afirmou. "A grande maioria do crédito até hoje está abaixo de 48 meses, então é apenas uma pequena parte dos financiamentos de veículos que será afetada", declarou. De acordo com Belini, a indústria automotiva em 2011 continuará forte e no ritmo de crescimento saudável e robusto, embora ele admita dificuldades nas exportações.