O volume de vendas do comércio varejista do Paraná, incluídos veículos, motos e material de construção (conceito ampliado), cresceu 8,5% no ano passado, acima da média nacional (8,0%). A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) foi divulgada nesta terça-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado paranaense foi o terceiro melhor das regiões Sul e Sudeste, menor apenas que São Paulo (9,7%) e do Rio Grande do Sul (8,8%). O desempenho esteve ancorado nos ramos de artigos farmacêuticos e de perfumaria (20,5%), artigos de uso pessoal e doméstico (20,5%), hipermercados e supermercados (10,6%) e veículos, motocicletas, partes e peças (8,6%).
Na medição restrita, que não considera veículos, motos e material de construção, o valor real comercializado pelo varejo paranaense subiu 9,9% no ano, versus 8,4% no Brasil, ficando em segundo lugar entre as unidades de federação do Sul e Sudeste, perdendo apenas para o Espírito Santo (10,6%).
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Dezembro – No entanto, o faturamento real (valor das vendas deduzida a inflação) do varejo ampliado diminuiu 2,3% em dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2011, contra acréscimo de 5,0% para a média brasileira. "Os números refletem o enfraquecimento do consumo, predominantemente a prazo, associado às ainda elevadas taxas de juros do crediário e, por extensão, ao acentuado endividamento da população", analisou Gilmar Mendes Lourenço, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Quedas em materiais de construção (-13,5%), móveis e eletrodomésticos (-6,3%) e veículos, motocicletas, peças e partes (-3,7%) e combustíveis e lubrificantes (-1,7%) contribuíram para que o resultado do Paraná, naquele mês, fosse o pior entre os estados.
Mesmo assim, constatou-se incremento bastante superior à média nacional, em dezembro do ano passado, nas vendas dos produtos dependente da renda proveniente da massa salarial e das festas de fim de ano, como artigos de uso pessoal e doméstico (12,5%), livros, jornais e revistas (10,5%), hipermercados e supermercados (7,4%), artigos farmacêuticos e de perfumaria (7,3%), tecidos, vestuário e calçados (7,3%) e equipamentos de comunicação (4,8%). No varejo restrito, as vendas cresceram 3,1% no Estado e 5% no Brasil, em dezembro, frente ao mesmo mês de 2011.
"Em um panorama de atenuação da instabilidade internacional, liderada pela Europa, e de restauração da capacidade de expansão da economia brasileira, centrada no investimento, parece lícito admitir que os elementos de impulsão do comércio regional permaneçam ativos em 2013, multiplicados pelos impactos na renda e no emprego propiciados pela maturação dos projetos industriais de aproximadamente R$ 21 bilhões, atraídos pelo Programa Paraná Competitivo", projetou Lourenço.
O diretor-presidente do Ipardes comentou que o vigor das vendas de varejo no Paraná no ano passado reproduz as condições do mercado de trabalho regional. "Foram produzidas vagas formais mais nobres e, em maioria, afastadas da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), com remuneração bastante superior à média brasileira, segundo levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)".