O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes, José Boaventura Santos, pediu mais segurança para o abastecimento de caixas eletrônicos no País. Em audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Boaventura Santos criticou os bancos e as empresas de vigilância pela falta de segurança dos trabalhadores do setor.
"Queremos que a operação de abastecimento feita pelos vigilantes não envolva contagem de dinheiro. Lamentavelmente, os vigilantes ainda estão contando dinheiro em corredores de shopping, em porta de supermercado, sem qualquer preocupação dos bancos com a segurança dos trabalhadores", disse Santos, que também representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) na audiência.
Segundo ele, no ano passado, 49 pessoas foram assassinadas próximas a instituições bancárias no Brasil. Desse total, 32 eram clientes e 8 eram vigilantes. Neste ano, 10 pessoas já morreram por falta de segurança nos bancos.
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O representante dos trabalhadores criticou, ainda, a resistência dos bancos que, em nome de padrões estéticos, não aceitam a instalação de divisórias entre os caixas para resguardar a segurança dos usuários.
Investimentos em segurança
O diretor setorial de Segurança Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Pedro Oscar Viotto, informou que a entidade está investindo em tecnologia para evitar roubos. Ele citou o uso de tinta para inutilizar cédulas, em caso de explosão de caixas eletrônicos, e a realização de campanhas midiáticas para que o dinheiro manchado não seja aceito pela população.
Segundo Viotto, o uso de explosivos nos furtos começou em 2010, em São Paulo, mas um esforço dos bancos e da polícia conseguiu reduzir os ataques no estado. A partir daí, essa modalidade de crime se espalhou para outras regiões.
Viotto defendeu leis mais severas, maior controle dos explosivos, união das autoridades e regulamentação do Banco Central para permitir a inutilização das cédulas e conscientização da sociedade por meio de campanhas educativas.
No caso do Paraná, o comandante-geral da Polícia Militar do estado, coronel Roberson Luiz Bondaruk, disse que o número de assaltos a caixas eletrônicos está diminuindo graças à atuação conjunta de diversos órgãos: Exército, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal e Rodoviária Estadual.