A volatilidade nos mercados financeiros internacionais deve continuar alta nos próximos meses, na avaliação do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles.
Para Meirelles, que participa neste sábado do Fórum Econômico Mundial, em Davos, a estabilização dos mercados depende da situação do mercado imobiliário americano, foco primário das atuais turbulências.
Segundo ele, essa estabilização somente ocorrerá quando terminar o processo de venda de imóveis nos Estados Unidos, desencadeado pela crise provocada pelo aumento da inadimplência nas hipotecas de alto risco no país.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Para o presidente do Banco Central, somente aí é que haverá uma idéia mais clara do rombo provocado pela crise, com o reflexo das eventuais perdas nos balanços das instituições financeiras e empresas com papéis ligados aos financiamentos imobiliários nos Estados Unidos.
"Só quando houver uma estabilização do mercado imobiliário dos Estados Unidos é que teremos uma melhor precificação dos ativos financeiros vinculados a empréstimos imobiliários", afirmou Meirelles, em entrevista a jornalistas brasileiros em Davos.
"Ou seja, somente quando atingirmos o pico do estoque de casas à venda nos EUA e esse estoque começar a cair, teremos então uma estabilização dos preços, e a partir daí uma estabilização dos preços dos papéis relacionados aos imóveis e uma visão mais clara do sistema", afirmou.
O presidente do Banco Central defendeu uma revisão das regras internacionais que regem as instituições financeiras para evitar a repetição dos problemas enfrentados no setor de financiamentos imobiliários nos Estados Unidos, e a adoção de medidas de curto prazo que ajudem a "abreviar" o processo de estabilização.
Meirelles se esquivou de fazer uma previsão sobre o tamanho da crise nos Estados Unidos e do impacto que ela poderá ter sobre o Brasil, e limitou-se a repetir a avaliação feita pelo Banco Central ainda antes do recrudescimento da crise, na última semana.
Segundo essa previsão, a economia brasileira teria encerrado 2007 com um crescimento de 5,2% em relação ao ano anterior e deve encerrar 2008 com um crescimento um pouco mais baixo, de 4,5%.
As informações são da BBc Brasil.