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Retrocesso

Volta de automóveis a diesel no Brasil gera polêmica

Agência Brasil
12 set 2009 às 19:26

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Ministro das Minas e Energia disse que fabricação e venda de veículos de passeio a diesel poderá ser liberada novamente no país - Divulgação
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A liberação de carros movidos a diesel seria um retrocesso e colocaria em risco a saúde de milhares de pessoas por causa do aumento dos níveis de poluição, de acordo com ambientalistas e representantes da sociedade civil.

Proibidos desde o fim da década de 1970, os automóveis de passeio a diesel poderão voltar a ser comercializados no Brasil, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

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"Se essa ideia vingar, vai ser um crime. Morrem quase duas mil pessoas por ano somente na cidade de São Paulo por causa da poluição. O diesel brasileiro é um dos piores [mais poluentes] do mundo. Vai ser um homicídio em massa", afirmou Oded Grajew, um dos criadores do Movimento Nossa São Paulo, rede com mais de 600 entidades da sociedade civil

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Segundo Grajew, com os atuais motores e o diesel atualmente utilizado no Brasil – que chega a ter 1.800 partes por milhão (ppm) de enxofre – a medida seria uma catástrofe, porque o combustível é muito mais poluente que a gasolina e o etanol.

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"Não somos contra o carro a diesel como conceito, mas contra o carro a diesel com a tecnologia de motores e combustíveis que existe hoje no Brasil", avalia. Na Europa, onde a frota a diesel corresponde a cerca de metade do mercado, a concentração de enxofre no combustível é de 10 ppm e os motores têm tecnologias para reduzir emissões.


Os ambientalistas também são contrários à medida. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a ideia "não é especialmente brilhante" e que defende combustíveis menos poluentes, como o etanol. De acordo com coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil, João Talocchi, a possibilidade de voltar a comercializar veículos a diesel vai na contramão dos esforços mundias para redução das emissões de poluentes e de gases de efeito estufa.

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"É uma volta ao passado. Ao invés de apoiar essa tecnologia antiquada, esse dinheiro poderia ser investido em tecnologia para carros elétricos, motores híbridos", sugere.


Talocchi acredita que a motivação para medida é econômica, principalmente diante da perspectiva de aumento da produção brasileira de petróleo com a exploração da camada pré-sal.

"O Brasil quer saber o que fazer com todo esse óleo, como usará o ouro negro que pretende extrair da camada pré-sal", avalia.


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