Depois de ter apresentado o menor resultado desde a primeira semana de julho de 2003, o IPCS desta vez foi além, atingiu o menor patamar desde a sua criação e confirma, como ilustrado no gráfico abaixo, o canal de baixa iniciado neste mês.
Com esses recentes resultados para a inflação, nossa projeção para o IPCA de agosto foi revista; acreditamos que deva fechar entre -0,05% e 0,05% neste mês. Com esta revisão, o número fechado para o ano de 2005 passa a convergir fortemente para a meta ajustada de 5,1% a.a. perseguida pelo BC. O próprio relatório Focus do BC, contendo a média das expectativas dos analistas de mercado, já aponta uma inflação de cerca de 5,4% neste ano. Nossa expectativa é de que o IPCA deva situar-se entre 5,1% e 5,4%.
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O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal de 22 de agosto, registrou deflação de 0,33%, no piso das expectativas do mercado financeiro. Neste resultado, observamos uma intensificação da deflação do grupo alimentação e significativa desaceleração no grupo habitação.
No caso relativo à alimentação, a deflação foi de 1,3% contra 1,1% observado no resultado anterior. Importante destacar que mais de 75% dos itens deste grupo apresentaram taxas negativas, sendo que a maioria em desaceleração. Ou seja, mostra sustentabilidade no movimento de queda, motivo pelo qual acreditamos em novas deflações à frente.
Fazendo a análise do grupo habitação, observamos que se comportou como esperávamos em nossa nota referente à semana anterior. A desaceleração de 0,23% para 0,10% teve como principal causador o subgrupo Serviços Públicos de Residência que sofreu forte redução, 0,4 ponto percentual. Vale lembrar ainda que a variação do item tarifa de telefone residencial caiu de 3,24% para 2,12%, favorecendo assim o subgrupo Luz, Gás e Telefone. O reajuste do Gás Natural anunciado pela Petrobrás no último fim de semana deverá pressionar esse subgrupo nas próximas semanas.
Com exceção do grupo Vestuário, -1,82% para -1,46%, todos as demais apresentaram desaceleração em relação à última apuração. Uma evolução normal. Temos alertado que os preços caíram por conta do inverno fraco deste ano, uma vez que houve antecipação das liquidações da coleção referente a este período. Porém, haverá uma reversão natural devido ao excesso de oferta, agravado pela entrada da nova coleção o que, naturalmente, deverá vir mais cedo.
Nossa análise para a trajetória futura de inflação permanece, pois não há pressão alguma sobre os índices no atacado e por conseqüência no varejo. O câmbio, que mesmo com a recente depreciação tende a fechar o ano apreciado, o clima favorável e o contínuo recuo dos preços administrados - vide tarifa de telefone - fornecem o respaldo necessário, para o início da redução das taxas de juros a partir da reunião de setembro, cujo "pano de fundo" deverá ser construído já na Ata da reunião de agosto.