A bancada de oposição ao governo Jaime Lerner (PFL) na Assembléia Legislativa pretende usar todas as armas de que dispõe para impedir a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel). A principal é a revogação da lei 12.355, de dezembro de 1998, que autoriza o Poder Executivo a vender a empresa - e foi aprovada pela Assembléia.
"Vamos tentar sensibilizar os deputados que apóiam o governo para conseguir votar uma lei revogando a venda da Copel", disse o líder da oposição, Orlando Pessuti (PMDB). A oposição deve contar com o apoio de um bloco que se diz independente e promete ter posições desvinculadas do Palácio Iguaçu.
Os deputados participaram de reunião com o ex-presidente da Copel, João Carlos Cascaes, e já estão levantando dados para a elaboração do projeto de lei. "A empresa é lucrativa e não concordamos com a alegação de que empresa pública tem dificuldades de competição", argumentou Pessuti. "E concordamos menos ainda com a utilização do dinheiro da venda para cobrir rombos de uma administração desastrosa", emendou.
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Caso a revogação da lei não seja possível, a oposição vai brigar pela aprovação de um projeto do deputado José Maria Ferreira (PSDB) que estabelece a venda da Copel somente após a realização de um plebiscito.
João Carlos Cascaes já obteve liminar na Justiça suspendendo a operação com as ações da Copel que serviram como garantia a títulos podres adquiridos pelo Banestado, comprado pelo Itaú em outubro do ano passado. O governo do Estado pretende vender a Copel ainda este ano e prevê, no Orçamento de 2001, R$ 3 bilhões com a privatização da estatal de energia.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira