O movimento oposicionista ao processo de privatização da Copel teme a queda no ágio da Copel. Eles acham que o recente atentado terrorista em Nova York vem agravar ainda mais o quadro econômico que já não era favorável à venda da estatal, cujo leilão será realizado no dia 31 de outubro. Conforme os analistas financeiros, o fluxo de capitais externos tende a reduzir diante das incertezas da economia internacional e os investidores se refugiam em ativos reais, como o ouro e o dólar.
O presidente do Fórum Popular Contra a Venda da Copel, Nelton Friedrich, fala até em responsabilizar penalmente o governo do Estado de "crime político contra a economia do Paraná", caso o preço de venda da estatal fique muito abaixo do esperado. O valor mínimo da estatal foi fixado em R$ 4,5 bilhões e o mercado esperava um ágio de até 15%. Com os últimos acontecimentos como o atentado terrorista e nova escalada do câmbio, o mercado está revendo essa projeção para 10%.
Para o consultor João Carlos Cascaes, que também foi ex-presidente da Copel, o momento econômico atual não é indicado para o leilão de privatização. Segundo ele, o governo teria vendido a empresa muito melhor há dois ou três anos, quando o cenário econômico era mais favorável. "Perdemos o melhor momento", afirmou.
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Cascaes lembra que os analistas financeiros estão toda hora na televisão, avisando que a situação econômica pode se agravar ainda mais nos próximos dias. Estamos na iminência de um conflito sério no mundo, onde Estados Unidos e países árabes já tomam posições e o cenário dos negócios exige prudência. "Portanto, até o final de outubro o momento de venda da Copel pode ser menos adequado ainda".
Para o secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, um dos fatores que está condicionando a venda da Copel neste momento é o aumento da demanda de energia no País. "Pelo que sei esse segmento não foi afetado pelos últimos acontecimentos no mundo e o ágio esperado deve ser mantido", justificou.
Em relação à posição do governo federal que colocou o pé no freio no processo de privatização de Furnas, Guerra, salientou que o poder central é o primeiro a estimular o governo do Paraná a acelerar o processo de venda da Copel. Alceni disse que o governador sabe que a medida é impopular, mas lembrou que está fazendo isso para corrigir erros de administrações passadas.