Os consumidores que gastaram muito com as festas e compras de fim de ano em 2002, e estão com dívidas pendentes neste mês de janeiro devem pagar preimeiro as "mais díficeis" e depois as mais baratas. Isso porque os juros estão muito altos e tendem a transformar contas em dívidas impagáveis.
O conselho é da presidente da Associação de Vítimas de Juros Abusivos (AVJA), Eliana Chaves Cavalcante. Segundo ela, as dívidas com cartão de crédito ou cheque especial devem ser as primeiras a serem quitadas. São as que têm as taxas de juros mais altas: média de 12% ao mês.
Os crediários também devem encabeçar a lista das prioridades. "É recomendável fazer um planejamento antecipado e permita uma reserva dentro do orçamento para que, quando o mês de janeiro chegar, ela não tenha dificuldades de pagar as dívidas", afirma.
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Eliane diz que o cheque especial só deve ser usado como último recurso para quitar dívidas do cartão de crédito, ainda que para o pagamento mínimo. O consumidor pode tentar renegociar com o credor a redução das taxas, mais carência ou maiores prazos pro meio de uma carta formal.
Ela afirma que uma boa saída é pedir ajuda a familiares que tenham dinheiro na poupança e propor o pagamento do valor com correção da aplicação, que tem taxa bem inferior aos juros do cheque especial.
Para as despesas extras do mês de janeiro (IPVA, IPTU, matrícula e material escolar), Eliana aconselha que, caso seja possível, o consumidor mantenha uma reserva de dinheiro para essa finalidade.
Uma dica é não levar os filhos para as compras de material escolar, já que as lojas organizam as prateleiras colocando os produtos mais caros e mais chamativos ao alcance das crianças. A intenção é chamar a atenção delas e fazê-las insistir para que os pais comprem produtos de grife que podem ser substituídos por outros mais baratos e com boa qualidade.
"Deve-se também pesquisar o material pedido com antecedência e já comprar o que for possível antecipadamente", recomenda Eliana.