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Comércio exterior

Paraná se destaca nas exportações em 2022, mas importados 'zeram' balança comercial

Bruno Souza - Estagiário*
22 set 2022 às 10:26

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- Agência Brasil
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O Paraná mantém sua posição de destaque entre os estados brasileiros que mais exportam. Segundo dados cedidos pelo Comex Stat, site que divulga dados do comércio exterior, o estado exportou, de janeiro a agosto de 2022, R$ 76,9 bilhões, sendo o quinto em vendas para outros países, atrás somente de São Paulo (R$ 232,3 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 141,6 bilhões), Minas Gerais (R$ 140,6 bilhões) e Mato Grosso (R$ 119 bilhões).


No entanto, ao analisar as importações, percebe-se que a balança comercial está quase zerada, com apenas R$ 580,4 milhões superavitários. O Paraná "comprou" do exterior, nos oito primeiros meses do ano, o equivalente a R$ 76,4 bilhões, fazendo com que o seu destaque nacional de exportações fosse praticamente zerado, perante o elevado número de importados.

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O Paraná foi um dos que mais consumiu produtos vindos do exterior, ficando em quarto lugar no ranking geral brasileiro. Entre os elementos mais requisitados estão os adubos ou fertilizantes químicos (19%); óleos combustíveis de petróleo ou de minerais (9,9%); inseticidas, rodenticidas, fungicidas e semelhantes (6,8%); e partes ou acessórios de veículos automotores (5,4%).

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Já entre os mais exportados, estão a soja (17%); as carnes de aves (16%); os farelos de soja (8,2%); e as gorduras e óleos vegetais (4,6%). Em 2021, o Paraná conseguiu manter a sua balança comercial com saldo positivo, encerrando os 12 meses do ano com superávit de R$ 10,6 bilhões.

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Confira os dados completos no site oficial da Comex Stat. As converções foram feitas nesta quarta-feira (21), com US$ 1 a R$ 5,17.


Análise


De acordo com o economista e colunista da Folha de Londrina, Marcos Rambalducci, embora as commodities - um dos pilares da exportação do estado - sejam vistas com alguma restrição por embarcarem pouca tecnologia, o caso do Paraná é diferente, pois agrega muita tecnologia aos produtos. "Nossa produção é altamente tecnificada e agregadora de valor na medida que conseguimos produzir com competência maior que os demais estados, o que reduz nossos custos de produção."


Segundo ele, a balança comercial da maneira como está hoje não representa um ponto negativo. " O melhor dos mundos é uma balança comercial equilibrada. Não é interessante ter grandes saldos na balança, pois significa que deixamos de ofertar produtos no mercado interno. E não interessa ter saldos negativos, pois implica em endividamento externo", analisa.


Rambalducci apresenta que a alta do dólar é uma oportunidade para as exportações crescerem, mas há entraves no meio do caminho. "É um momento propício para as exportações, mas somos também dependentes de insumos e produtos acabados vindos do exterior. O melhor dos mundos é ter condições de exportar de forma a garantir nossa possibilidade de importar. Então, ter uma balança equilibrada não é, de forma alguma, um indicador negativo para uma economia. Lembrando que, além de equilibrada, nos interessa que seja grande. Sem dúvida o tamanho tem mais importância que o saldo", conclui o economista.


*Sob supervisão de Fernanda Circhia

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