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Poder público apaga a luz para evitar racionamento futuro

Carmem Murara - Folha do Paraná
20 mai 2001 às 15:56

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A possibilidade de o Paraná vir a ser incluído numa segunda etapa do programa de racionamento de energia elétrica fez com que alguns setores da economia e governos municipais e estadual se antecipassem com medidas preventivas para reduzir gastos com eletricidade. O governo do Estado, a prefeitura municipal e a Câmara de Vereadores de Curitiba estão estudando ou já adotaram alguns procedimentos que ajudarão na economia.

O governador Jaime Lerner citou como exemplo de redução de gastos o turno único de trabalho dos servidores, adotado desde fevereiro. Em parceria com a Copel, o Estado implantou um sistema de troca de lâmpadas e minuteiras em diversos prédios públicos. As medidas foram implantadas para economizar o dinheiro público, mas acabam refletindo em menos gasto com energia. "Temos de ser solidários neste momento, apesar de não termos necessidade imediata de racionamento", afirmou o governador, nesta semana.

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As ações da prefeitura foram as que mais atingem diretamente os funcionários e a própria população. Na sexta-feira, os secretários municipais e assessores foram informados que terão de gastar menos luz. Cada secretaria terá de implantar um plano básico. A lista de medidas foi montada pelas secretarias de Governo, Administração, Meio Ambiente e Obras Públicas.

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Entre as medidas sugeridas pelo prefeito Cassio Taniguchi está a transferência do horário de limpeza. As zeladoras limpavam os prédios públicos após o expediente, mantendo as luzes acessas por duas ou três horas após o expediente. Agora farão o serviço durante o dia e nos intervalos do almoço.

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A determinação de economizar energia partiu do próprio prefeito. "Moderar o consumo não é dever apenas das regiões onde já existe necessidade de racionamento. Vamos usar nossa energia da melhor forma possível para que não precisemos passar pelo desgaste do racionamento", disse Taniguchi.


Nos horários de almoço os equipamentos elétricos e as luzes deverão ser desligados. Haverá ainda redução do número de lâmpadas e os aparelhos de ar-condicionado deverão ficar desligados, a não ser em caso de extrema necessidade. Os chafarizes serão desligados em determinados horários e alguns monumentos ficarão sem luz.


A Câmara Municipal também estuda medidas. As luzes ao redor do prédio serão reduzidas e há determinação interna para que funcionários economizem. O vereador Marcelo Almeida (PMDB) apresentou projeto de lei para que sejam adotadas medidas em toda a cidade. "O projeto prevê que a prefeitura faça uma campanha educativa para orientar as pessoas sobre como economizar energia. Hoje há muita confusão e ninguém sabe ao certo o que ocorrerá", afirmou o vereador. O projeto pede ainda o corte da iluminação pública.

Curitiba e Cascavel foram os municípios paranaenses que tiveram projetos aprovados pela Eletrobrás para se encaixarem no Programa de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Os dois municípios receberam financiamento de 50% da Eletrobrás para trocar a iluminação pública. As lâmpadas de mercúrio são trocadas por de vapor de sódio, que iluminam mais, têm maior durabilidade e gastam menos energia. Por causa do Procel, Curitiba já conseguiu reduzir em 36% os gastos com eletricidade. O percentual foi aferido nesta semana durante uma inspeção de técnicos da Eletrobrás. O mínimo exigido pelo Procel era de 30%.


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