O comando da Polícia Rodoviária Federal em Brasília determinou o envio de reforços ao Paraná para fiscalizar as estradas onde a greve dos caminhoneiros está mais forte. Quarenta e três policiais da Polícia Rodoviária Federal treinados para combater o tráfico de drogas chegaram na noite de quarta-feira e foram deslocados para as regiões de Cerro Azul e Ponta Grossa.
A assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal em Curitiba informou que os policiais permanecerão no Estado enquanto durar a greve, que entra hoje no quinto dia. Eles vieram de Brasília, Goiás e Rondônia. Durante uma blitz feita na BR-277, em Ponta Grossa, os policiais de elite se envolveram numa confusão com o presidente da Associação dos Caminhoneiros de Ponta Grossa e Campos Gerais, Neuri Leobet (leia texto nesta página).
Durante entrevista na Assembléia Legislativa, o líder do PMDB, deputado Nereu Moura, afirmou que o reforço no efetivo da Polícia Rodoviária Federal foi requisitado pelo governo do Paraná. Moura disse que a chefia de gabintete do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, foi quem transmitiu a informação. O secretário de Segurança Pública, José Tavares, contestou o deputado.
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"Sou eu quem comanda essa operação no Estado e falo todos os dias com os ministros em Brasília. Em momento nenhum pedimos reforço", respondeu Tavares. A chefe do setor de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal em Curitiba, Maria Alice Polo, esclareceu que a ordem para intensificar a fiscalização no Paraná partiu do diretor-geral da corporação, general Álvaro Henrique de Moraes. "O general viu que estava havendo problemas", disse Alice, referindo-se aos confrontos entre grevistas e caminhoneiros em várias estradas paranaenses.
A notícia de que policiais de um grupo de elite da Polícia Rodoviária Federal começaram a participar de operações no Estado surpreendeu o representante dos grevistas. "Este governo fraco não deveria gastar dinheiro do contribuinte para colocar a polícia em cima do povo que trabalha. A polícia deveria estar atrás dos traficantes e ladrões que assassinam os caminhoneiros", afirmou André Felisberto, presidente da Associação Paranaense do Movimento União Brasil Caminhoneiro.
Felisberto comentou que as demonstrações do governo federal para reprimir a greve só vão fortalecer o movimento. "O governo não tem coragem de dialogar, de enfrentar o problema dos caminhoneiros de frente." O sindicalista afirmou que o movimento vai prosseguir enquanto o governo não acenar com uma proposta de diálogo. Os caminhoneiros querem uma revisão completa nas tarifas do pedágio.
O Rio Grande do Sul também teve a segurança ampliada. Um helicóptero da Divisão de Operações Aéreas (DOA) foi enviado de Brasília para apoiar o monitoramento nas estradas. Cerca de 100 policiais federais integram o esquema para vigiar os manifestantes nas estradas gaúchas. O foco de maior conflito fica na região de Ijuí, a 400 quilômetros de Porto Alegre. Trinta policiais catarinenses foram transferidos para o Rio Grande do Sul. Depois de dois dias sem manifestações, Santa Catarina registrou ontem à tarde um novo foco de protesto no município de Campos Novos, na região central do Estado.