O saldo da balança comercial paranaense no primeiro semestre deste ano já é de US$ 1,78 bilhão, que corresponde a um aumento de 427% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria e Comércio, no período janeiro a junho de 2003 as exportações do Estado somaram US$ 3,36 bilhões e as importações somaram US$ 1,58 bilhão.
Em relação ao primeiro semestre do ano passado, as exportações paranaenses cresceram acima de 80%. Esse avanço deve-se à recuperação do fluxo de exportações paranaenses que se concentram nos primeiros meses do ano, com as exportações do complexo que compõem a principal pauta de exportações do Estado, explicou o pesquisador Julio Suzuki, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Para o segundo semestre, a tendência é de redução do superávit, com a estabilidade maior nas exportações do complexo soja e aumento nas importações, previu o coordenador de Assuntos do Mercosul, da Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Santiago Gallo. Ele lembrou que a balança comercial do Paraná já está contribuindo com cerca de 10% do superávit da balança comercial brasileira.
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De acordo com o técnico do Ipardes, o aumento surpreendente das exportações este ano que quase chegaram a dobrar é porque a comparação está sendo feita com um período atípico que foi o primeiro semestre do ano passado. Normalmente, as exportações do complexo soja concentram-se no primeiro semestre, logo após a colheita. Ocorre que no ano passado, tradings e cooperativas do Estado previram a possibilidade da desvalorização cambial no segundo semestre, em função do acirramento da disputa eleitoral, e viram nessa situação uma oportunidade para valorizar o produto exportado.
Este ano, ao contrário do ano passado, não há disputas eleitorais e as exportações voltaram a se concentrar no primeiro semestre. Além disso, o Estado começa a se consolidar como exportador de produtos industriais, o que aumenta a demanda por importações de peças e máquinas.
No primeiro semestre deste ano, o Paraná importou US$ 1,58 bilhão em produtos, que corresponde a uma redução de US$ 6 milhões em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram importados US$ 1,64 bilhão em produtos. Para Suzuki, a estagnação da economia brasileira explica o declínio das importações. As indústrias automotivas reduziram as importações de peças, disse o técnico.
Um setor que está em pleno vigor com exportações e importações de peças e máquinas de alta tecnologia é o segmento de tratores. A New Holland Latino-Americana, com fábrica em Curitiba, dobrou suas exportações de tratores e colheitadeiras no primeiro semestre de 2003, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os embarques de tratores atingiram 1.196 unidades entre janeiro e junho, volume 107,6% superior as 576 máquinas do mesmo período de 2002. O número de colheitadeiras exportadas cresceu exatamente 100%, de 106 para 212 máquinas.
A fábrica de Curitiba foi adaptada para produzir produtos globais, com a mesma tecnologia dos produzidos nas unidades da Europa e dos Estados Unidos, o que justifica o salto nas exportações, afirmou Francesco Pallaro, diretor comercial da New Holland.