A 4ª pesquisa do programa Paraná Automotivo, feita pelo Sebrae e Sindimetal/Pr, mostra um crescimento da cadeia produtiva automobilística no Paraná e integração entre empresas multinacionais e locais. Em relação a 1999, o Estado produziu quase 150% a mais de veículos. A produção estadual passou de 57.134 unidades para 139.560 unidades.
Os resultados do trabalho foram apresentados pelo coordenador da pesquisa, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), José Roberto Ferro, em Curitiba. Em seguida, diretores da Chrysler, New Holland, Renault, Audi/Volkswagen e Volvo participaram de um debate com fabricantes de autopeças locais.
Enquanto a produção do setor automotivo brasileiro cresceu 24% entre 1999 e 2000, No Paraná o desempenho foi seis vezes maior. Atualmente, o Estado representa 8,2% da produção nacional de veículos. No ano passado, o Paraná representava 4% do total de veículos produzidos no Brasil. As fábricas da Audi/Volkswagen e Renault foram as principais responsáveis pela diferença.
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"Além das próprias montadoras, estão atuando no Estado mais 54 empresas fornecedoras de peças, o que é responsável pelo aquecimento na economia local", afirma o presidente do Sindimetal, Elcio José Rimi. A cadeia automotiva movimentou R$ 3,2 bilhões na economia paranaense esse ano e gerou oito mil empregos só na região metropolitana de Curitiba (RMC).
"Acredito que ainda exista espaço para crescer, desde que a economia da Argentina não sofra maiores danos, pois o Mercosul é um dos principais consumidores para a nossa produção destinada à exportação."
O objetivo do programa Paraná Automotivo é colaborar com a integração entre fornecedores locais e montadoras. Como as empresas paranaenses não estavam preparadas para atender as demandas de escala e qualidade, as montadoras optaram por trazer autopeças internacionais. "Com essa pesquisa queremos dar oportunidade para os empresários locais identificarem as tendências do setor e impulsionarem seus negócios".
Participam do programa Paraná Automotivo 60 fábricas de autopeças paranaenses. Desse total, 56% já possuem contratos com as montadoras ou fornecedores de primeira camada. A pesquisa constatou que entre as empresas do Estado, cerca de 40% estão apostando no setor, investindo em qualidade e melhorando a produtividade através de novos investimentos. "Desde que iniciamos o programa, temos feito esforços para fazer do nosso pólo automotivo o mais moderno do País."
O presidente do Sindimetal acredita que os fornecedores para as montadoras de veículos devem começar a vender seus produtos para outros Estados em breve. Os principais compradores seriam a unidade da Peugeot, no Rio de Janeiro, e da Mercedes-Benz, em Juiz de Fora (MG).