O IBGE divulgou hoje (09/nov) o resultado da Pesquisa Industrial Mensal da Produção Física brasileira (PIM-PF) referente ao mês de Setembro. O índice apresentou queda de 2% em setembro contra agosto deste ano e um leve crescimento de 0,2% contra o mesmo período em 2004. O acumulado em 12 meses cresceu 4,4% contra 5,1% em agosto e entre janeiro e setembro a indústria cresceu 3,8%.
A maior queda foi observada nos bens de consumo duráveis, que retraíram 8,9% em setembro contra agosto, seguida de semiduráveis e não duráveis, com queda de 3,4% no período. A média móvel trimestral sofre queda pela primeira vez, após cinco meses de trajetória ascendente, com -1,1% na indústria geral, -6,0% em bens duráveis, -1,0% em bens semiduráveis e não duráveis, -0,7% em bens de capital e -0,7% em bens intermediários.
Na comparação com 2004, as quedas mais expressivas foram concentradas em bem duráveis com queda de 36,4% em produtos da "linha branca", -14,3% em eletrodomésticos e redução para 1,1% no crescimento da produção de automóveis. Em semiduráveis, a queda de 9,1% for acelerada pelos itens calçados de plástico e couro.
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Seguindo ainda a forte alta do petróleo no mercado internacional, a indústria extrativa apresenta alta de 10,6% na comparação com 2004 e 1,4% na comparação mensal, evitando uma maior queda no índice geral.
O processo de desaceleração da indústria foi bastante intenso e em setores chave do consumo, os quais dependem diretamente da renda disponível e de financiamentos. Isso demonstra que a política de juros, apesar dos seus positivos resultados na inflação, afetou a indústria através da retenção do consumo e do câmbio, com influencia direta nas exportações. Com isso, em sua próxima reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM) pode vir a acentuar o processo de queda na taxa de juros básica na reunião deste mês.
Com o ainda crescimento no setor de bens de capital e dependendo do resultado consolidado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a queda na Selic pode se situar na faixa de 0,75 p.p. e 1,00 p.p.