A montadora Renault anunciou que está em fase adiantada de negociação para exportar motores brasileiros para França e Colômbia, o que poderá ocorrer até o final do ano. O presidente da empresa no Brasil e diretor-geral para o Mercosul, Luc-Alexandre Menard, afirmou que a exportação é uma saída para amenizar o impacto da desvalorização cambial, que tornou os negócios no País mais caros e menos rentáveis.
A intenção da empresa é ampliar exportações em toda sua linha de produção. Os carros já são vendidos para Mercosul, Chile e Peru.
O presidente da Renault reconhece que as desvalorizações que o real sofreu desde que a Renault começou a produzir em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no início de 1999, foram cruciais para comprometer o desempenho da montadora, que teve de adiar planos. "A variação cambial é a maior dificuldade que enfrentamos e isso faz com que encareça a produção", disse Menard, após a inauguração da fábrica de estamparia que a montadora instalou junto ao complexo industrial Ayrton Senna.
Leia mais:
Consumidores da 123milhas têm uma semana para recuperar valores; saiba como
Taxação dos super-ricos é aprovada em declaração de líderes do G20
Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio estimado em R$ 14,5 milhões
Profis 2024 terá plantão de atendimento presencial em Londrina neste sábado
Por causa da subida do dólar, principalmente ao longo deste ano, a Renault tem investido mais na nacionalização de seus carros. Com a nova fábrica de estamparia, o índice de componentes nacionais do Clio 2 passará para 85%, enquanto o do Megane Scénic será de 79%. O problema é que parte da matéria-prima utilizada como o aço, alumínio e plástico é cotada em dólar.
A Renault importa da França todo o aço que consome. A fornecedora é a Usinor, que está em processo de instalação em São Francisco do Sul (SC). Quando ela começar a produzir no Brasil deverá passar a fornecer para a montadora.
O recente conflito entre Estados Unidos e Afeganistão é visto com cautela pela montadora. Não há, entretando, decisão de mudar a linha de investimento devido às incertezas econômicas mundiais. A Renault mantém o mês de dezembro para a inauguração da fábrica de utilitários da Nissan, montadora que pertence à empresa francesa.
As oscilações econômicas dos últimos anos obrigou a Renault a redirecionar suas metas. De 95 mil carros para este ano serão produzidos 76 mil. A empresa reconhece que os lucros demorarão mais para vir. Segundo o presidente da Renault, as vendas de carros tiveram uma queda acentuada a partir de meados de junho.