As cooperativas de produção agropecuária do Paraná fecham o ano com um crescimento real de 6%. A receita bruta deve render R$ 6,8 bilhões ao setor, contra R$ 6 bilhões faturados no ano passado. Não fossem os prejuízos com as geadas e estiagem que provocaram a perda de 3 milhões de toneladas de grãos entre trigo e milho, o ano poderia ser ainda melhor avaliou João Paulo Koslovski, presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Além do prejuízo financeiro aos produtores cooperados, avaliado em R$ 500 milhões, muitos investimentos programados pelas cooperativas foram engavetados após a ocorrência das geadas, justificou.
Segundo Koslovski, a previsão das cooperativas era investir R$ 300 milhões este ano, mas foram investidos somente R$ 200 milhões. Os recursos foram direcionados para o setor industrial. A Coamo investiu numa moderna fábrica de margarinas, a Coopavel e a Copacol em frigoríficos de abate de aves e a Cocamar vem investindo em modernização tecnológica.
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Para 2001, permanece a previsão de investimentos em torno de R$ 300 milhões, embora Koslovski admite que esta projeção é conservadora. Segundo ele, o crescimento da economia e do setor do agronegócios previsto para 2001, podem estimular as cooperativas a expandir os investimentos.
Por outro lado, o bom desempenho do setor de carnes - principalmente avicultura -, do leite e da soja verificado este ano compensaram em parte as perdas provocadas pelo clima. As cooperativas que trabalham com leite e derivados ensaiaram uma recuperação nos preços este ano, mas tiveram que recuar no último trimestre do ano em função do excesso de importações que novamente derrubou os preços do leite e derivados no mercado.
O resultado positivo das cooperativas foi influenciado pelo Recoop - Programa de Recuperação das Cooperativas - que injetou R$ 450 milhões nas cooperativas paranaenses. Esse volume de recursos corresponde apenas a 50% do programa e a Ocepar pretende a implementação total do programa para 2001. Os recursos foram investidos no refinanciamento de dívidas, capital de giro e novos investimentos.
Com isso, muitas cooperativas conseguiram reverter o estado crítico de endividamento que se encontravam porque os débitos foram alongados em 15 anos. ""Como a maior parte ainda está em período de carência, as cooperativas conseguiram um fôlego que permite investimentos em modernização e ampliação das instalações para depois quitarem seus débitos"", disse Koslovski.
Leia mais em reportagem de Vânia Casado, na FOlha do Paraná desta quinta-feira