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Crédito rural começa a ficar escasso no Paraná

Vânia Casado - Folha do Paraná
03 nov 2000 às 19:06

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O crédito rural começa a ficar escasso no Paraná. Até agora, foram liberados R$ 600 milhões, o que corresponde a 50% da solicitação feita pelas entidades que representam os produtores. Para que os recursos possam ser destinados a um número maior de produtores, o Banco do Brasil, está oferecendo um mix onde 70% dos recursos liberados são oriundos da linha do crédito rural, que tem juros fixos de 8,75% ao ano. Os 30% restantes são complementados via CPR - Cédula do Produtor Rural, cuja taxa de juros varia de 1,9% a 2,3% ao mês.

Com isso, a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) estima que o médio e grande produtor rural está financiando a lavoura de verão 2000/2001 com taxas de juros entre 14% e 15% ao ano. Para o assessor econômico, Jorge Proença, a taxa resultante desse mix ainda é inferior às taxas de mercado, vigentes nos financiamentos via cooperativas ou revendas de insumos.

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Nelson Costa, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), concorda que essa alternativa é melhor para os produtores que assim evitam as altas taxas cobradas no comércio. Ele lembra que as cooperativas apenas repassam as taxas de juros. Por isso os produtores pagam taxas equivalentes ao mercado quando retiram os insumos nas cooperativas e quitam o débito com prazo de uma safra.

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Os recursos estão se esgotando rapidamente devido ao aumento na área plantada de milho e soja. O milho deve ocupar uma área 16,59% maior em relação ao ano passado e a soja, cuja área ocupada deveria reduzir 4,9%, vai reduzir 2,9%. ""Portanto a redução não será como se esperava e isso mostra que a disputa por crédito não está fácil"", avaliou Proença.


A partir da próxima semana, a expectativa é que a situação comece a mudar com o pagamento do seguro rural para os produtores que perderam as lavouras de milho safrinha e de trigo, com as geadas. A Cosesp começa efetivamente a fazer os pagamentos que no Paraná devem totalizar R$ 74 milhões. Esse dinheiro deverá atender 70% das apólices feitas no Estado, calculou Proença.

Mas esse dinheiro deve ir direto para a conta do banco, por conta dos vencimentos dos financiamentos das lavouras de inverno, que estão ocorrendo desde o último dia 31. Segundo Proença, sabendo das dificuldades dos produtores em receber o dinheiro do seguro rural o BB autorizou as agências a prorrogar o prazo de quitação dos débitos que correspondem aos financiamentos das lavouras de milho safrinha e trigo já vencidos.


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