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Desinformação sobre agrotóxico prejudica trabalhador

Israel Reinstein - Folha do Paraná
04 jul 2001 às 12:25

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O alto índice de intoxicação por agrotóxicos no Paraná é resultado da falta de informação e de falha no acompanhamento pelos órgãos de extensão rural. Na avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep), Antônio Zarantonello, há buracos no processo de aplicação que atinge desde o trabalhador, o empregador até os órgãos estaduais e os fabricantes. A Folha procurou a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento para se pronunciar sobre o assunto, mas não obteve retorno da ligação.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada anteontem, entre 1998 e 1999 cerca de 30 mil agricultores se intoxicaram com agrotóxicos. Para a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), essa situação acontece porque os trabalhadores não têm o hábito de ler as instruções de uso nas embalagens e não adotam os equipamentos de proteção individual por motivos econômicos. Mas Antônio Zarantonello não admite que a responsabilidade caia sobre os empregados ou agricultores que manuseiam os produtos.

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"Ninguém quer se intoxicar de propósito", avaliou Zarantonello. Ele disse que existe uma falha grande dos empregadores em não determinar que os empregados usem os equipamentos de segurança. "A recusa pode até significar demissão por justa causa", advertiu. Outro fator é a falta de equipamentos em algumas propriedades.

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Mas o presidente da Fetaep destaca que a maior falha é dos agrônomos ou das empresas de extensão rural. Para ele, seria preciso que houvesse um acompanhamento na hora da aplicação. "Muitos agricultores não entendem as embalagens ou não sabem ler. E os desenhos não são esclarecedores", advertiu o professor de Defesa Sanitária Vegetal do curso de Agronomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mário Nieweglowski Filho.


Zarantonello disse que alguns agricultores não se protegem porque os equipamentos são muito incômodos. "É difícil usar uma máquina costal em pleno calor, que exige muito do agricultor", afirmou.

Mas o professor da UFPR disse que o cansaço pode ser combatido com a aplicação em horários amenos e feitos em escalonamentos. Ele também aconselha que o trabalho seja feito sob supervisão técnica.


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