No Paraná, o gargalo para a expansão nas exportações de carne bovina está na na falta de plantas industriais adequadas. Os pecuaristas do Estado já estão produzindo carne bovina de qualidade, mas apenas o frigorífico Naviraí, de Maringá, está credenciado para exportação, informou Rogerio Berger, presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Corte da Faep.
Berger lamenta que o esforço dos pecuaristas em melhorar o padrão de qualidade da carne não esteja sendo acompanhado pelos frigoríficos. Segundo ele, o pecuaristas está aplicando tecnologia no manejo de produção, está imprimindo controle de gestão para redução de custos e recorre a cruzamentos genéticos para melhorar a qualidade da carcaça.
Mesmo as exportações não estão sendo bem planejadas, critica Berger. Segundo ele, atualmente o Brasil exporta carne bovina hoje sem nome, sem marca e o produto é vendido para as mesmas tradings que arrematam o produto no Uruguai e na Argentina e vendem de uma vez só para a Europa. ‘Esse produto sem distinção, sem grife não é valorizado’, explica. Os pecuaristas esperam que essa situação seja revertida com o lançamento da campanha para valorizar a carne bovina brasileira no exterior.
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Segundo Berger, a pecuária no Paraná já atingiu um padrão elevado, principalmente nas regiões abaixo do paralelo 24 onde predomina a criação de animais resultantes de cruzamentos com raças européias. ‘O criador está fazendo todo esse investimento, para depois um animal de qualidade ser abatido num frigorífico sem credencial para exportação’, destaca.
O presidente do Sindicato da Indústria da Carne (Sindicarnes), Péricles Salazar, atribui a falta de investimentos dos frigoríficos ao mercado externo que é reduzido para a carne brasileira. Segundo Salazar, se houver mercado o Paraná tem condições de elevar as exportações em 30%.
Atualmente o frigorífico Naviraí está produzindo 2,6 mil t/mês e exporta em torno de 1,6 mil t. O frigorífico Brasil Novo de Paranavaí também está produzindo com autorização para exportação.