A falta de recursos para custeio da linha de crédito Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - pode comprometer o programa Banco da Terra no Paraná. A agricultora e presidente da Associação de Produtores e Arrendatários de Centenário do Sul, Ivone Fátima Silva, alerta que os 14 produtores do município beneficiados com a compra da terra em junho podem não ter produção suficiente para pagar o financiamento.
Segundo a agricultora quem está financiando o custeio até agora é o comércio local de Centenário do Sul. O posto de gasolina antecipou a entrega de combustível para ser pago depois, a revenda de insumos e o supermercado local também anteciparam a venda de produtos para serem pagos posteriormente. Com isso, os agricultores beneficiados com a compra da terra estão antecipando o plantio como podem. Já plantaram algodão e milho.
Em junho o Banco da Terra financiou a compra de terras para 14 famílias de Centenário do Sul, cujo valor médio recebido foi de R$ 40 mil para a compra da terra. Ocorre que o contrato de financiamento das terras previa a liberaçao de recursos do Pronaf no valor de R$ 9.500,00 por familia, que deveriam ser aplicados no custeio das lavouras. "É a atividade rural que dá o sustentabilidade econômica para que os agricultores possam pagar a terra", diz Ivone.
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Outra crítica da agricultora refere-se ao limite para liberação de recursos para compra da terra. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento conseguiu elevar a média de financiamento no Estado de R$ 25 mil para R$ 30 mil, para ampliar a cobertura de atendimentos do Banco da Terra em áreas onde o preço da terra é menor. Mas a medida não foi bem aceita na região Norte do Estado, onde o preço da terra está variando entre R$ 3 mil e R$ 3.500,00 o alqueire, destacou a agricultora.
Segundo ela, cerca de 604 famílias da região de Centenário do Sul estão na fila aguardando para serem atendidas com financiamentos do Banco da Terra. E desse total 40 famílias estão devidamente cadastradas e projetos aprovados, inclusive área de terra já encontrada para compra. "Só que esses projetos foram feitos com base na média de R$ 40 mil por família. Como fica agora?", perguntou.