A supersafra de grãos produzida no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul colocou em xeque a estrutura do Porto de Paranaguá, considerado o maior terminal graneleiro do País. O porto está operando 24 horas por dia, mas não consegue dar conta demanda. As cooperativas e produtores não param de enviar caminhões para Paranaguá, pois têm pressa em escoar a produção com medo de que os preços internacionais possam cair mais. Quem sofre com a situação são os caminhoneiros que esperam em uma fila que chegou a 120 quilômetros.
O congestionamento foi tão extenso que atingiu 13 quilômetros da BR-116, no perímetro urbano de Curitiba, chegando até o trevo do Contorno Leste, onde recomeça a BR-277, que dá acesso ao Norte do Paraná. Os motoristas que chegam do interior do Estado ou do Mato Grosso calculam que vão ficar até três dias na fila até chegar no desembarque. "Não volto mais de jeito algum. Não compensa ficar aqui parado", prometia Roque de Cezaro, caminhoneiro de Cuiabá (MT). Ele afirmou que nos anos anteriores enfrentou filas, mas nunca comparáveis a desta safra.
Outro motorista do município de Dourados (MS) disse ter vindo com mulher e filho, pois não sabia da situação. "Todo ano a gente espera. Não tem jeito. Só que desta vez está demais. Estão fazendo a gente de armazém", protestou.
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A justifica no Porto de Paranaguá é de que não há nada mais a se fazer. "Abrimos vaga para 58 caminhões a cada hora", afirmou o diretor técnico do porto Luis Ivan Vasconcelos. Nesta segunda-feira, havia 5,6 mil caminhões na fila. O porto recebe apenas três navios ao mesmo tempo, que demoram de 24 a 48 horas para receber soja, farelo ou milho.
A capacidade de armazenagem de grãos em Paranaguá é de 1,16 milhão de toneladas, considerando os cilos públicos (160 mil toneladas) e privados (1 milhão). A Cooperativa de Campo Mourão, por exemplo,
Leia mais em reportagem de Carmem Murara, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira