Até 20 anos atrás, a fruticultura era apenas uma das opções de diversificação de renda da pequena propriedade rural, como forma de complementar o rendimento do agricultor que lidava com grãos. Hoje, em muitos casos, a atividade passou a ser a principal fonte de renda do produtor, além de ser garantia de geração de emprego.
O técnico Élcio Rampazzo, da unidade da Emater de Londrina, informa que o desenvolvimento da fruticultura já fez surgir diversos pólos no Estado, cada um deles se especializando numa variedade. Em Pinhalão, o forte é a produção de moranguinho, em Andirá os produtores estão investindo no cultivo de banana. Em Uraí, Bandeirantes, Rosário do Ivaí e Japira, a uva ganhou a preferência dos agricultores e em Santo Antonio do Paraíso, o pêssego está mudando o cenário da agricultura no município.
"A fruticultura gera emprego e, para as famílias, é um grande negócio. No cultivo da soja, é preciso uma pessoa para tomar conta de 20 hectares; já na produção de uva, são necessárias 2,3 pessoas por hectare", diz Rampazzo. Ele acrescenta ainda que a renda da fruticultura compensa o trabalho. Em um hectare de uva fina, o lucro pode chegar a R$ 5 mil, enquanto na mesma área de soja o rendimento chega, no máximo, a R$ 600.
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"Atualmente, a tendência é o produtor de frutas trabalhar em toda a cadeia, investindo na transformação, agregando renda à produção. Porém, o produtor tem que descobrir novos mercados", avisa Rampazzo. Ele lembra que há sete anos 80% da banana consumida no Paraná era importada de São Paulo ou de Santa Catarina. Hoje, esse percentual caiu para 50%. A laranja importada de outros Estados caiu de 90% para até 60%.
Os produtores paranaenses, no entanto, tornaram-se exportadores de moranguinho, de abacate e de uva. O técnico da Emater alerta que, para continuar conquistando mercado, o agricultor vai ter que investir na padronização, classificação, aumento de produtividade e redução dos custos com as lavouras.