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Lei mudará regras do ICMS no Paraná

Vânia Casado - Folha do Paraná
13 jun 2001 às 10:03

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A Assembléia Legislativa está a um passo de aprovar o projeto de lei, do deputado Hermas Brandão, que muda as regras do ICMS da agroindústria paranaense. Se aprovada, a lei vai igualar o recolhimento do imposto às condições de São Paulo, o que deverá acabar com a guerra fiscal no campo da agroindústria.

As indústrias e o comércio vão poder optar por um crédito de 7% no recolhimento do ICMS. Atualmente somente os produtos incluídos na cesta básica são tributados com essa alíquota, enquanto os demais produtos são tributados em 17%. Na vendas interestaduais, o tributo é de 12%. Até março, o governo estadual permitia a redução na alíquota do ICMS para os alimentos. Mas o estado de São Paulo entrou com uma liminar numa Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o Paraná, obrigando o governo a revogar vantagens fiscais concedidas a produtores e agroindústrias. "Vantagens fiscais que o próprio Estado de São Paulo concede, mas que não considera como benefício fiscal", afirmou Ágide Meneguette, presidente da Federação da Agricultura do Paraná.

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Copiando a legislação paulista, o deputado Hermas Brandão elaborou o projeto de lei, transformando os benefícios fiscais anteriormente concedidos em lei. Ontem, as principais lideranças da agropecuária do Paraná foram à Assembléia, quando fizeram um corpo a corpo junto aos deputados estaduais para acelerar o processo de tramitação da lei. O relatório de deputado Orlando Pessuti foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça e hoje deverá ser apreciada na Comissão de Finanças. Pessuti acredita que na próxima segunda-feira poderá ser possível colocar o projeto de lei na ordem do dia.

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A intenção dos deputados é aprovar a lei ainda nesse período, que se encerra no dia 30 de junho, disse Pessuti. Ele acredita que até lá, a Secretaria da Fazenda deverá apresentar emendas ao projeto. Se aprovada, a lei vai beneficiar principalmente os setores de carnes e lácteos que voltam a ter competitividade nas vendas interestaduais, disse o presidente da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Paulo Muniz.

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Segundo Muniz, as agroindústrias do setor de carnes estão operando desde março com prejuízo tanto nas vendas internas como nas externas. Nas operações interestaduais, as agroindústrias perderam o crédito presumido no valor de 5%, passando a vender a produção oriunda do Paraná com alíquotas de ICMS de 12%. Como em São Paulo, maior mercado consumidor, a alíquota é zero, fica clara a perda de competitividade do produto paranaense.


Para compensar, os frigoríficos e abatedouros de aves de pequeno e médio direcionaram suas vendas para o mercado interno, onde recolhem o imposto com alíquota de 7% e negociam as vendas com um crédito presumido de mais 7%. Ocorre que mesmo nas operações internas, as agroindústrias daqui perdem competitividade porque as indústrias de Santa Catarina colocam a produção de frango aqui com um crédito presumido de 12%, o que permite margem de negociação com os compradores, disse Muniz.


Para as grandes agroindústrias que operam no Paraná, como Sadia e Perdigão, a situação não ficou tão crítica porque elas têm outras alternativas. Segundo Muniz, a produção interna do Paraná elas destinam para exportação onde não recolhem o ICMS. E para o consumo interno, elas trazem a produção de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para cá.

Mas essa situação tem que ser alterada imediatamente, na opinião de Muniz, porque o Paraná é o maior produtor de frango e exporta 70% de sua produção para fora do País e também para outros Estados. Segundo o assessor da Faep, Carlos Augusto Albuquerque, do ano passado para cá já foram fechados seis frigoríficos de abate de bovinos por perda de condições tributárias com a produção de outros Estados.


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