O mercado de máquinas agrícolas deverá ser beneficiado com um crédito complementar de R$ 900 milhões para serem aplicados neste segundo semestre. O anúncio foi feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, quando divulgou o Plano Safra 2001/2002.
O crédito vai permitir a recuperação das vendas de tratores e colheitadeiras, através do programa Moderfrota, cujo objetivo é o de reverter o quadro de sucateamento das máquinas no País.
A previsão da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é vender este ano 27 mil tratores e 7 mil colheitadeiras, informou o diretor Persio Pastre. Esse volume de vendas reflete a recuperação do mercado que vem ocorrendo desde o segundo semestre do ano passado, quando o Maderfrota foi lançado. Este ano, o programa aplicou R$ 840 milhões e os recursos se esgotam este mês.
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O agricultor poderá financiar a compra de tratores em até seis anos e de colheitadeiras, em até 8 anos, com pagamentos semestrais ou anuais. Os recursos são do Financiamento de Máquinas (Finame), que estabeleceu um juro fixo de 8,75% ao ano, para quem tem renda anual até R$ 250 mil e de 10,75% ao ano para quem tem renda superior a este valor. Pastre disse que a vantagem é que não há nenhum outro tipo de correção, a não ser o juro fixo anual. O preço médio de uma colheitadeira é de R$ 150 mil e de um trator, em torno de R$ 40 mil.
Segundo Pastre, o governo se sensibilizou sobre a necessidade de os agricultores adotarem tecnologia para enfrentar a concorrência que vem com a abertura do mercado. "Em pouco tempo o Brasil terá que enfrentar as associações de livre comércio das Américas (Alca) e da União Européia e os agricultores precisam estar preparados", afirmou.
O programa foi implementado no segundo semestre do ano passado e foram vendidas 31.059 máquinas, entre tratores e colheitadeiras. Esse volume já representa uma recuperação em relação à segunda metade da década de 90, quando as empresas vendiam uma média de 21.500 máquinas por ano. Pastre acredita que se o mercado conseguir se sustentar com vendas acima de 30 mil unidades, em quatro ou cinco anos, o parque de máquinas estará atualizado, com tecnologia de última geração.
Uma colheitadeira nova trabalha com 1% de perda, enquanto que um equipamento com 15 a 20 anos de uso trabalha com perdas que chegam até 30%, dependendo da região, disse Pastre.
O Paraná é um dos estados que mais está reagindo no mercado de máquinas. De janeiro a junho deste ano, foram vendidas 1.590 colheitadeiras no País, sendo 413 somente no Paraná, que corresponde a uma participação de 26%. De janeiro a maio, foram vendidos 9.281 tratores no Brasil, sendo 1.192 no Paraná, o que conferiu ao Estado uma participação de 12,8%. A expectativa é que as vendas deslanchem neste segundo semestre, com o plantio da safra de verão.