O Ministério da Agricultura vem mantendo sigilo a respeito dos registros de importação de bovinos de países europeus entre as décadas de 1980 e 1990. Sabe-se, extra-oficialmente, que o Paraná tenha cerca de 697 animais de procedência européia que foram importados nesse período. O rastreamento completo dos animais importados da Europa serão apresentados à missão oficial dos países do Nafta, chefiada pelo Canadá, que chegou ontem em Brasília.
Ontem, o Ministério da Agricultura proibiu a venda, abate e transferência para outras propriedades de animais importados. A medida foi recebida no Paraná como mais um reforço na prevenção à ocorrência da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como a doença da vaca louca.
Para o presidente da Federação das Associações de Produtores (Fepac), Ugo Rodacki, a proibição da venda e abate não terá prejuízos econômicos significativos. Segundo ele, os animais importados devem estar em média com 10 anos e o valor de mercado desses animais já está depreciado. "Se existe disputa, é pela descendência desses animais" disse o criador.
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Para o médico veterinário, Alexandre Jacewicz, assessor da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o ministério adotou medidas fortes e duras no reforço do monitoramento do rebanho de animais importados. "É claro que individualmente existem prejuízos econômicos", admitiu Jacewicz. Mas essas medidas são necessárias para zelar pelo rebanho nacional de 160 milhões de cabeças que estão sadias, acrescentou.
Para Jacewicz, a proibição da comercialização de animais importados revela que o Ministério da Agricultura está encarando o problema da doença da vaca louca com seriedade e essa proibição já deveria ter sido adotada na Europa há muito tempo.