O Ministério Público Federal está investigando denúncia de plantio de soja transgênica em escala comercial no Paraná. As áreas apontadas com soja transgênica estão em Ponta Grossa, de propriedade da multinacional Monsanto, e em Cascavel, de propriedade da Cooperativa Central de Pesquisa (Codetec), órgão de pesquisa das cooperativas de produção agrícola.
A denúncia é que tanto a Monsanto como a Codetec, que tinham permissão para plantar a soja transgênica, em caráter experimental, extrapolaram no plantio. A Monsanto tinha uma autorização para produzir um hectare de soja transgênica em seus campos experimentais de Ponta Grossa e plantou aproximadamente 25 hectares. Já a Codetec que tinha permissão para plantar 1,5 hectare em Cascavel, também em caráter experimental, plantou 97 hectares.
O plantio extra foi interditado pelo Ministério da Agricultura porque contraria a legislação vigente, que proíbe o plantio de soja transgênica em escala comercial. As áreas encontram-se à disposição da Justiça. Enquanto isso deverá correr os processos administrativos, no Ministério da Agricultura, e de ordem criminal, se o procurador da República João Gualberto Garcez, encarregado de apurar o plantio da Monsanto, encaminhar a denúncia à Justiça.
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Além da interdição da área, foram apreendidas 340 toneladas de sementes da Codetec e outras 853 sacas da Monsanto. Esses produtos também se encontram à disposição da Justiça e as empresas flagradas estão como fiel depositárias.
O presidente da Codetec, Irineo da Costa Rodrigues, disse que a cooperativa vai se defender na Justiça porque toda a área plantada com soja transgênica estava sob a supervisão do Ministério da Agricultura e que nada estava escondido. Ele disse que para efeito de pesquisa é necessário plantar uma área maior, até para a Codetec se preparar para o mercado, caso a liberação do plantio de soja transgência saia ainda este ano. "Se o plantio for liberado, as cooperativas precisam ter o material para plantio", argumentou.
Sobre a quantia de sementes apreendidas, Rodrigues respondeu que se não houver liberação do plantio este ano, certamente a Codetec vai produzir menos semente para o ano que vem. Rodrigues atribuiu o encaminhamento do caso ao MPF à uma preocupação dos técnicos do Ministério da Agricultura com a perda do controle desse material. A Monsanto foi procurada mas não respondeu ao jornal até o fechamento desta edição.