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MST inaugura monumento a militante morto no Paraná

Redação - Folha do Paraná
01 mai 2001 às 14:40

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Um ano depois que o agricultor Antônio Tavares Pereira foi morto em confronto com a Polícia Militar, em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) inaugurou um monumento em homenagem a ele. Criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a obra tem 10 metros de altura e foi erguida a poucos metros de onde o agricultor foi assassinado, em 2 de maio do ano passado. Segundo representantes do MST, o monumento representa a luta dos sem-terra pela reforma agrária.

O evento durou toda a manhã e teve participação de cerca de três mil pessoas. Metade dos participantes, integrantes do MST, vieram de caravanas do interior do Estado e ainda de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além da inauguração do monumento, eles participam da programação do Dia Internacional do Trabalho e do Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio, que será realizado hoje em Curitiba.

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A programação, conforme lembra o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Darci Frigo, quer garantir os direitos constitucionais dos sem-terra. Frigo observa que a obra de Niemeyer simboliza a luta dos trabalhadores rurais. "É um símbolo da liberdade de manifestação", enfatiza. O advogado questiona o fato da Justiça Militar ter encerrado o processo da morte de Pereira.

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O processo foi arquivado pelo juiz militar José Carlos Dalacqua, que considerou inocente o soldado Joel de Lima Santa Ana, acusado de ser o autor do tiro que matou o agricultor. Para a viúva de Pereira, Maria Sebastiana Pereira, de 36 anos,a justiça não foi feita. Maria tem cinco filhos, com idades entre 5 e 16 anos e conta que não recebe nenhuma ajuda de custo do governo. "A morte do meu marido não mudou a situação dos sem-terra, mas dá força para que a luta continue", disse Maria.


Segundo o MST, desde 1995, foram assassinados em confronto com a polícia 16 trabalhadores rurais sem-terra, 488 foram presos, 324 sem-terra foram feridos, 31 sofreram tentativas de assassinato e 45 foram ameaçados de morte.

Leia mais em reportagem de Katia Michelle, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira


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